O projeto de construção de uma usina hidrelétrica entre Gonçalves (MG) e Paraisópolis tem causado polêmica entre os moradores da região. A empresa Federal Energia já começou a fazer os estudos para a obra, que deve custar R$ 7 milhões, e parte das terras já foi até comprada. No entanto, proprietários da área que ainda falta ser adquirida se recusam a vender, temendo que as cachoeiras das cidades sejam prejudicadas.
Um deles é Paulo José das Neves, dono do terreno onde fica a Cachoeira dos Henriques, bem na divisa entre os dois municípios. A área é a que a empresa mais precisa para colocar a usina em funcionamento.
“Eles me pagariam 1% da renda livre da usina. Isso ele me falou. E me põe no contrato. Agora dizem que eles me dariam três salários mínimos, agora por último. Eu achei que era mais interessante ficar com a cachoeira do que esse salário”, afirma Neves.
Benedito Celso das Neves, filho de Paulo, já viu o projeto e acompanha com preocupação as negociações. “Eu acho que o prejuízo é muito grande pra natureza”, comenta.
Éric Menezes de Azevedo, sócio-diretor da Federal Energia, diz que a construção da usina, que teria capacidade de gerar 1,8 megawatts/hora, vai seguir os moldes da Usina das Antas Um, em Poços de Caldas (MG). Também está previsto um parque ecológico. Ele espera convencer os moradores da cidade com uma campanha.
“A gente pretende fazer lá um parque florestal nas nossas terras, onde hoje são pastos, para que toda a comunidade possa ir lá e visitar a cachoeira com segurança”, afirma.
Mas um grupo de moradores organizou um abaixo-assinado online para recolher assinaturas contra o projeto e já conseguiu mais de 2 mil nomes. “Interfere num monte de coisas, mas o principal seria a nossa fauna e a nossa flora”, diz a funcionária pública Ana Tegami.
Projeto de lei – Para proteger as quedas d’água da região, um projeto de lei foi criado para transformar 15 cachoeiras do município em patrimônio natural, entre elas a Cachoeiras dos Henriques. Em uma sessão lotada, os vereadores aprovaram a proposta e o documento foi assinado pela prefeita Maria de Lourdes das Neves, proibindo a exploração mineral.
Fernando Costa, assessor da prefeitura do município, diz que a empresa responsável pela obra não procurou a administração das cidades. “É uma tentativa de barrar esses empreendimentos que venham a degradar as nossas belezas naturais”, afirma. (Fonte: G1)
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