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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Marina Silva diz que tentativa de ruralistas por mudanças no Código Florestal é farsa


A ex-senadora Marina Silva disse ontem (28) que trata-se de uma farsa a movimentação da bancada ruralista para alterar o texto do novo Código Florestal, aprovado pelo Senado e que terá que ser votado pela Câmara dos Deputados. Ela comparou a decisão da bancada ruralista de apresentar emendas à proposta na Câmara com uma luta de “telequete”.

“No meu entendimento, estão ensaiando uma espécie de telequete, aquela luta que não é de verdade”, disse Marina ao participar do seminário Código Florestal: O Que Diz a Ciência?, promovido pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável e a Frente Parlamentar Ambientalista. O evento reúne pesquisadores e cientistas para discutir os impactos negativos das mudanças propostas para o Código Florestal.

“Se faz uma suposta briga entre as emendas que estão sendo apresentadas para tornar o projeto ainda pior e criar um cenário para que se tenha um discurso de sanção do que foi aprovado no Senado”, disse Marina.

No seminário, foi lançada campanha pedindo à presidenta Dilma Rousseff para vetar os pontos aprovados pelo Senado que, no entender dos ambientalistas, permitem o desmatamento e concedem anistia a quem desmatou. O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) disse, durante o evento, que haverá uma mobilização nacional denominada “Veta, Dilma”.

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) também sustentou que a intenção dos ruralistas em apresentar uma série de emendas na Câmara tem mais o objetivo de confundir. “É um jogo de cena, não se mudou na essência o que pra nós é um retrocesso”.

O projeto que altera o Código Florestal (PL 1876/99) foi aprovado na Câmara no ano passado. Como o Senado modificou o texto aprovado pelos deputados, a proposta será votada novamente pela Câmara neste ano.

Reportagem de Luciana Lima, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 29/02/2012

Código Florestal: Projeto reduz proteção ao meio ambiente, dizem pesquisadores


Durante o seminário Código Florestal – o que diz a ciência e os nossos legisladores ainda precisam saber, realizado nesta terça-feira, pesquisadores de diferentes instituições criticaram diversos pontos do projeto de reforma do Código Florestal (PL 1876/99). Todos foram unânimes em afirmar que o novo texto reduz drasticamente a proteção ao meio ambiente.

De acordo com a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Maria Tereza Piedade o novo texto deixa desprotegidas todas as chamadas áreas úmidas do País – terrenos periodicamente alagados. Segundo ela, essas áreas correspondem a 1,5 milhões de Km², 20% do território brasileiro.

Metodologia
Isso ocorre, conforme afirma, devido à mudança na metodologia para definição das áreas de preservação permanente (APPs) de margens de cursos d’água. Pela proposta em debate, a medição da faixa de vegetação deverá começar a partir do leito regular do córrego ou rio. Atualmente, o Código Florestal (Lei 4771/65) determina que a APP comece a partir do nível mais alto da água, no período das cheias.

Ainda no que se refere às APPs, a promotora Cristina Godoy, do Ministério Público de São Paulo, destacou que a redação aprovada no Senado prevê a proteção apenas de nascentes que dão início a curso d’água permanente. Como exemplo do impacto da medida, ela destacou que, no Distrito Federal, por exemplo, 70% dos córregos e rios são intermitentes e ficarão desprotegidos.

Reserva Legal
A promotora sustentou ainda que as alterações do Código Florestal resultarão em “grave prejuízo para as áreas de reserva legal”. Segundo argumenta, haverá redução das áreas de vegetação nativa nas propriedades por causa da dispensa dessa exigência para propriedades de até quadro módulos fiscais e de averbação da reserva, além da permissão para cultivar 50% de espécies exóticas junto às árvores nativas.

Manguezais
Já a pesquisadora-associada sênior do Instituto Oceanográfico da USP Yara Schaeffer-Novelli ressaltou que o substitutivo aprovado no Senado vai comprometer a estabilidade dos manguezais. Schaeffer-Novelli considera “absolutamente inaceitável permitir transformar em carcinicultura [cultura de crustáceos] 10% dos manguezais do bioma amazônico e 35% dos demais estados”, como prevê a proposta.

A especialista também condena a legalização das ocupações irregulares em áreas de mangue ocorridas até 22 de julho de 2008. Segundo ela, o Brasil possui a terceira maior área de manguezais do mundo, mas nos últimos 25 anos acumula perda de 50 mil hectares dessa vegetação.

Além dos prejuízos ambientais, a devastação do mangue também traz perdas econômicas para o País, diz Schaeffer-Novelli. Ela afirma que o quilômetro quadrado desse tipo de vegetação tem valor anual estimado entre 200 e 900 mil dólares (entre R$ 341,64 e R$ 1.537,38), devido à sua capacidade de absorção de carbono.

Reportagem de Maria Neves e Edição de Newton Araújo, da Agência Câmara de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 29/02/2012

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Na contramão da vida


Há algumas décadas convivemos com a existência de uma crise ambiental planetária que ameaça a sobrevivência dos seres humanos e, até, de toda a biosfera. Várias são as razões de tamanha calamidade: acúmulo de gás carbônico/efeito estufa, contaminação e escassez de alimentos, crescente poluição dos rios e oceanos, aumento da desertificação, desmatamento acelerado, extinção de milhares de espécies vegetais e animais, entre muitos outros impactos negativos. 

Assistimos, novamente, nos últimos meses a vários desastres decorrentes das enchentes, que este ano, assolaram o sudeste do país e, agora, o Estado do Acre, concomitante com a devastadora seca vivenciada no sul do país. 

Como se não bastasse a ínfima quantia destinada às questões ambientais, o Governo Federal anunciou cortes no orçamento de 2012 que afetou os ministérios da ciência, tecnologia e inovação (MCTI) e do meio ambiente (MMA) que perderam, respectivamente, 22% e 19% dos valores previstos originalmente na lei orçamentária anual. 

Segundo informações do ministério do planejamento, a área da ciência perdeu uma fatia de R$ 1,48 bilhões, o MCTI gere programas importantes como o sistema de prevenção de desastres, considerado fundamental para minimizar, por exemplo, os efeitos das enchentes. O ministério do meio ambiente perdeu R$ 197 milhões. Em 2011 o corte no MMA foi de R$ 398 milhões. 

A redução ocorreu, segundo o ministro da fazenda, Guido Mantega, para ajudar o governo a cumprir a meta cheia de superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda) de R$ 140 bilhões em 2012. 

Já as despesas previstas para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram mantidas em 42,5 bilhões, valor 52 vezes maior do que o orçamento disponível este ano para o ministério do meio ambiente. 

Entre estas e outras, o United Nations Environment Programme (UNEP), programa das nações unidas para o meio ambiente, anunciou que o Brasil vai sediar neste ano o Dia Mundial do Meio Ambiente que acontece em 5 de junho. O evento ocorrerá durante a conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável no Rio de Janeiro - Rio+20 que reunirá líderes do mundo todo para discutir meios de transformar o planeta em um lugar melhor para se viver. 

A Rio+20 encampou o modelo padrão de desenvolvimento sustentável: ser economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. É o famoso tripé chamado “a linha das três pilastras”, criado em 1990 pelo Britânico Jonh Elkington, fundador da ONG SustainAbility. 

Este modelo padrão de sustentabilidade foi criticado no artigo “crítica ao modelo-padrão de sustentabilidade” escrito pelo Teólogo/Filósofo Leonardo Boff. Ele considera que “a expressão desenvolvimento sustentável representa uma armadilha do sistema imperante: assume os termos da ecologia (sustentabilidade) para esvaziá-los. Assume o ideal da economia (crescimento) mascarando, a pobreza que ele mesmo produz”. (http://leonardoboff.wordpress.com) 

O fato é que tem muita gente (cidadãos e governos) caminhando na contramão da vida. Para alcançarmos a real sustentabilidade é preciso amadurecer nossa consciência política e social, quebrar o atual paradigma econômico e esvaziar os ensaios retóricos para transbordarmos na efetividade positiva. 


RODRIGO MESQUITA COSTA 
ADVOGADO E ANALISTA AMBIENTAL 


Bilionários investem em tecnologia para manipular clima da Terra


Um pequeno grupo de climatologistas, com o apoio financeiro de bilionários como Bill Gates, está fazendo lobby para que governos e órgãos internacionais apoiem experimentos para manipular o clima da Terra.

Os pesquisadores defendem métodos de geoengenharia (literalmente, “engenharia da Terra”), como borrifar a atmosfera com milhões de toneladas de partículas de dióxido de enxofre, capazes de barrar parte da luz do Sol e resfriar o planeta.

O argumento deles é que, com os riscos do aquecimento global e a dificuldade de reduzir a queima de combustíveis fósseis que o causa, é preciso um plano B se o mundo quiser evitar a mudança climática catastrófica.

É uma abordagem controversa. Outros cientistas e ambientalistas temem que, em vez de resolver o problema, a técnica acabe alterando padrões de chuva e causando mudanças climáticas ainda mais desagradáveis.

“Há muita coisa em jogo, e os cientistas que defendem a geoengenharia não são as melhores pessoas para lidar com as questões sociais e éticas que ela pode trazer à baila”, diz Doug Parr, cientista-chefe do Greenpeace.

Skype - Além de Bill Gates, outros milionários e bilionários, como o britânico Sir Richard Branson, da Virgin, e Niklas Zennström, cofundador do sistema de telefonia online Skype, ajudaram a financiar relatórios que avaliam o potencial de uso das tecnologias de geoengenharia.

David Keith, da Universidade Harvard, e Ken Caldeira, da Universidade Stanford, são os dois principais defensores do incremento das pesquisas sobre geoengenharia.

Por enquanto, receberam quase US$ 5 milhões de dólares de Gates para gerir o Ficer (sigla inglesa de Fundo para Pesquisa Inovadora em Clima e Energia).

Quase metade do dinheiro do Ficer, que vem dos fundos pessoais de Gates, foi usado para financiar as pesquisas de Keih e Caldeira. O resto está sendo distribuído para outros cientistas defensores de intervenções de larga escala no clima da Terra.

Patentes – Keith também é presidente de uma empresa de geoengenharia, a Carbon Engineering, que tem Bill Gates como um de seus principais acionistas. A preocupação dos críticos do lobby é que os cientistas teriam uma tendência a superestimar a eficiência da geoengenharia, já que poderiam lucrar com as patentes da tecnologia caso ela fosse colocada em prática.

“Há conflitos de interesse claros entre muitas das pessoas envolvidas nesse debate”, diz Diana Bronson, pesquisadora do grupo canadense ETC, crítico de tecnologias emergentes como nanotecnologia e geoengenharia.

“Todo cientista tem algum conflito de interessa, porque todos nós gostaríamos de ver mais recursos indo para o estudo de coisas que achamos interessantes”, rebate o climatologista Ken Caldeira.

“Eu acho que tenho influência demais, e não de menos. Faz muitos anos que defendo que as emissões de dióxido de carbono [principais causadoras do aquecimento] deveriam ser ilegais, mas ninguém nunca me ouviu”, completa Caldeira.

O cientista também diz que, caso suas patentes de geoengenharia sejam utilizadas, doará todos os lucros para ONGs e organizações de caridade. “Não tenho expectativa nenhuma e nenhum interesse de criar uma fonte pessoal de renda a partir do uso das minhas patentes de modificação climática”, diz o climatologista. (Fonte: Folha.com)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Nível do Rio Acre volta a subir e vai a 17,64 metros


A Defesa Civil do Acre constatou no domingo (26) que o Rio Acre subiu mais uma vez, chegando a 17,64 metros. São 3 centímetros a mais que o nível medido no sábado (25), 17,61 metros. O transbordamento do rio, que está 3,64 metros acima do limite, é o principal causador das enchentes que já atingem 18% da população local.


De acordo com o boletim divulgado no início da tarde de domingo pela prefeitura de Rio Branco, Assis Brasil, Brasileia, Xapuri, Porto Acre, Rio Branco, Santa Rosa, Manoel Urbano e Sena Madureira estão em estado de emergência. Epitaciolândia também decretou estado de emergência sábado (25).

O boletim também informa que a energia elétrica em 15% de Rio Branco foi interrompida por medida de segurança. Na capital, 24,7 mil imóveis e 99 mil pessoas foram atingidas, sendo que a maioria está abrigada em casa de familiares e amigos.

Em Brasileia, que teve 95% da área urbana atingida pelas cheias, o governo estadual mandou carros pipas para que o Corpo de Bombeiros e o Exército ajudem na limpeza para retorno das famílias desajoladas. Dados oficiais mostram que dos 21,4 mil habitantes do município, 19,6 mil estão desabrigados.

Uma equipe de engenheiros também foi enviada para Brasileia para analisar a situação do solo da cidade, com constantes deslizamentos de terra.

A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmetro) é de tempo encoberto com pancadas de chuva até terça-feira (28), especialmente no centro e no leste do estado. (Fonte: Débora Zampier/ Agência Brasil)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Cheio até a tampa, artigo de Marina Silva


Tenho tentado ajudar familiares e conterrâneos numa situação dramática que hoje vou ver de perto: a enchente do rio Acre, que já alcançou quase a marca histórica de 1997. Agora, com mais pessoas atingidas, devido ao crescimento urbano sem planejamento.

Entre as pessoas afetadas estão membros da minha família. Meu pai, com 80 anos, como a maioria das pessoas de sua idade, recusa-se a sair de casa, cuja palafita mandou aumentar para que ficasse acima da marca alcançada pela água em 1997. Vizinhos, como dona Antônia e dona Alzira, e minha irmã Doia, que também moram em casas altas, permanecem no local. Minha irmã comprou uma canoa e, com meu sobrinho Eudes, dedica-se ao trabalho de ajudar os desabrigados.

Consigo imaginar a aflição das milhares de famílias no Acre e em vários outros Estados, que olham para o céu indagando quando vai parar de chover ou quando chegarão os recursos prometidos. No caso do Acre, nem tanto: o esforço do governo estadual e das prefeituras, com a ajuda do governo federal, criou uma estrutura para abrigar com segurança e socorrer com rapidez.

Admirável tem sido a mobilização da sociedade e do intenso voluntariado. Os órgãos públicos teriam muita dificuldade para acolher todos.

Na Amazônia, temos uma dádiva, que é a floresta. Em Rio Branco, a situação é mais grave justamente porque é o trecho onde o rio Acre perdeu a maior parte de sua mata ciliar e a subida das águas não tem contenção. Ainda assim, é mais lenta que em outras regiões. Na planície, a água se espalha mata adentro. Em regiões de relevo mais acidentado, sua rapidez e sua força provocam tragédias irreparáveis.

Mas há outro fator adicional, expresso numa palavra muito usada para descrever as melhores práticas de sustentabilidade: resiliência. Essa espécie de teimosia faz com que as pessoas inventem novos modos de conviver com a natureza em mudança e lhes dá capacidade de resistir, adaptar-se e, se necessário, mudar. No caso dos acreanos, sua base é o amor pelo rio que inunda as casas mas que provê os recursos essenciais à vida.

Ao brasileiro não falta solidariedade, nem amor à natureza e resiliência para suportar seus rigores. O Estado e seus dirigentes poderiam aprender essas lições, para distribuir com justiça os recursos e promover adaptações necessárias a este novo tempo de extremos.

Hoje abraçarei meu velho teimoso e, caso o rio tenha subido, tentarei convencê-lo a ir para a minha casa, onde o igarapé São Francisco chega perto, mas não entra.

PS: Campanha Acre Solidário (doações para os atingidos), Banco do Brasil, ag. 0071-X, conta-corrente 100.000-4, CNPJ 14.346.589/0001-99.

Brasil é acusado de imperialismo por bancar hidros em vizinhos




quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Desenho rupestre mais antigo das Américas é descoberto no Brasil


Pesquisadores da Universidade de São Paulo encontraram o desenho de uma figura antropomórfica que data de 9 mil a 12 mil anos, e portanto seria, de acordo com os cientistas, o desenho pré-histórico mais antigo das Américas. Os autores do estudo, liderados pelo pesquisador Walter Neves, afirmam que a descoberta sugere que o povoamento nessa época, na América do Sul era muito diverso – não estando restrito apenas a povos que faziam ferramentas de pedra para a subsistência, mas também havia grupos que já tinham pensamento simbólico.

A figura, que mede trinta centímetros de altura por vinte de comprimento, foi encontrada em Lapa do Santo, na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais. (Fonte: Portal iG)

Brasil vai sediar o Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano


O United Nations Environment Programme (Unep), programa das Nações Unidas para o meio ambiente, anunciou nesta quarta-feira (22) que o Brasil vai sediar neste ano o Dia Mundial do Meio Ambiente (WED, sigla em inglês). O evento acontece em 5 de junho.

Com o tema “Economia verde: isto inclui você?” o evento pede a todos para avaliar quais os hábitos diários contribuem para o desenvolvimento econômico, social e ambiental de um mundo de 7 bilhões de pessoas – e que deve chegar a 9 bilhões em 2050.

O Brasil foi o anfitrião em 1992 da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD). Mais conhecido como Eco92 (Cúpula ou Cimeira da Terra), o evento reuniu líderes globais para discutir o futuro, diante de um mundo que começava a se preocupar com o meio ambiente e a sustentabilidade.

“Ao celebrar o WED no Brasil em 2012, estamos voltando às raízes do desenvolvimento sustentável contemporâneo, a fim de achar um caminho para a sustentabilidade e que crie oportunidades para um novo século”, diz em nota o Sub-Secretário Geral e Diretor Executivo do Unep, Achim Steiner.

“Três semanas após o WED, o Brasil vai sediar o Rio+20, em que líderes mundiais vão se reunir para projetar o futuro da sustentabilidade como uma locomotiva a caminho de mudanças para as economias crescerem, empregos serem criados, sem empurrar o mundo para fora de fronteiras planetárias”, acrescentou.

Com um país de 200 milhões de pessoas, o Brasil é o quinto mais populoso do mundo e o quinto maior fisicamente, com 8,5 milhões de quilômetros quadrados. Por isso, foi esolhido para sediar o evento. Além disso, nos últimos anos, o país tomou diversas medidas para resolver os problemas de desmatamento, como na Amazônia, por meio de esforços de fiscalização e de iniciativas de monitoramento por parte do governo brasileiro.

De acordo com estimativas levantadas pela Unep, o Brasil tem realizado recentemente uma das maiores reduções de emissões de gases de efeito estufa no mundo, como resultado de conquistas na redução das taxas de desmatamento.

O país é também o líder mundial em produção sustentável de etanol para abastecer veículos e está expandindo o desenvolvimento de outras áreas, como a energia eólica e sistemas de aquecimento solar.

“Estamos muito satisfeitos por acolher esta celebração global. O Dia Mundial do Meio Ambiente vai ser uma grande oportunidade no Brasil para apresentar previamente os aspectos ambientais do desenvolvimento sustentável para a conferência Rio +20 “, disse a ministra brasileira de Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que nesta semana está participando da reunião do conselho do PNUMA em Nairobi, Quênia.

Diversas ações – O WED 2012 vai enfatizar como as ações individuais podem ter um impacto exponencial no mundo. Para isso, trará grande variedade de atividades que englobam maratona, dia sem carro, concurso de blogs verdes, exposições e passeatas em todo o país.

Para o evento, a Kia Motors doou cinco veículos para a Unep, com o slogan do do Dia do Meio Ambiente. Os carros incluem o Kia Rio e o Kia Optima híbrido, que foram escolhidos pela sua eficiência de combustível. Os carros farão parte das premiações de competições que ainda serão anunciadas. (Fonte: G1)

Cientistas conseguem ressuscitar flor da Era do Gelo


Pesquisadores russos conseguiram ressuscitar uma flor já extinta a partir dos tecidos congelados por mais de 30 mil anos no gelo permanente da Sibéria. A Silene stenophylla é a planta mais antiga a ser regenerada e, de acordo com os cientistas, ela é fértil, produz flores brancas e sementes viáveis.

Pesquisadores canadenses já haviam conseguido reavivar plantas muito mais novas que a S. stenophylla a partir de sementes. O estudo russo, no entanto, reafirmou que o tecido pode ser conservado no gelo por dezenas de milhares de anos, abrindo caminho para uma possível ressurreição de mamíferos da Era do Gelo.

O experimento comprova que o gelo permanente serve como um depósito natural de antigas formas de vida, afirmam os pesquisadores que publicaram os resultados do estudo nesta terça-feira (21) no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences.

Svetlana Yashina, do Instituto de Biofísica Celular da Academia Russa de Ciências, que liderou o trabalho de regeneração dos tecidos, afirmou que a planta ressuscitada se parece muito com sua versão moderna, que continua a crescer na mesma área da Sibéria.

Os pesquisadores conseguiram recuperar o fruto da planta depois de investigar dezenas de fósseis escondidos em depósitos de gelo, na margem do rio Kolyma no nordeste da Sibéria, os sedimentos datam 30.000 a 32.000 anos.

Os sedimentos foram firmemente colados e, muitas vezes totalmente preenchidos com gelo, tornando impossível qualquer infiltração de água – o que criou uma câmara de congelamento natural, completamente isolada da superfície. (Fonte: Portal iG)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O Antropoceno: o ser humano como o grande agressor, artigo de Leonardo Boff


Ultimamente ouvimos mais e mais vozes de economistas, geralmente, os mais renitentes face às questões ecológicas, referindo-se aos limites físicos da Terra. Nenhuma solução da atual crise econômico-financeira, dizem, pode ignorar este dado. Efetivamente, o sistema do capital que vive de uma dupla exploração, da natureza e da força de trabalho, está sentindo dificuldades em se auto-reproduzir.

As crises clássicas conhecidas, como por exemplo a de 1929, afetaram profundamente todas as sociedades. A crise atual é mais radical, pois está atacando o nosso modus essendi: as bases da vida e de nossa civilização. Antes, dava-se por descontado que a Terra estava aí, intacta e com recursos inesgotáveis. Agora não podemos mais contar com a Terra sã e abundante em bens e serviços. Ela é finita, degradada e com febre, não suportando mais um projeto infinito de progresso/crescimento como o busca obstinadamente o governo brasileiro mediante o PAC.

A presente crise desnuda a enganosa compreensão dominante sobre a história, a natureza e a Terra. Ela colocava o ser humano fora e acima da natureza com a excepcionalidade de sua missão, a de submetê-la e dominá-la. Perdemos a noção, comum a todos os povos originários, de que pertencemos à natureza e de que somos sua parte e parcela. Hoje diríamos, somos parte do sistema solar, de nossa galáxia que, por sua vez, é parte do universo. Todos surgimos ao longo de um imenso processo evolucionário que já dura 13,7 bilhões de anos. Tudo é alimentado pela Energia de Fundo e pelas quatro interações que sempre atuam conjuntamente: a gravitacional, a eletromagnética e a nuclear fraca e forte. A vida e a consciência são emergências desse processo.

Nós humanos, representamos a parte consciente e inteligente do universo, da Via-Láctea e da própria Terra, com a missão, não de dominá-la mas de cuidar dela para manter as condições físico-químicas-ecológicas que nos permitem levar avante a nossa vida e a civilização que tão custosamente construímos.

Ora, estas condições estão sendo minadas pelo atual processo produtivista e consumista. Já não se trata de salvar o sistema econômico, nem nosso bem estar, mas a vida humana e a civilização. Se não moderarmos nossa voracidade e não entrarmos em sinergia com a natureza dificilmente sairemos da atual situação. Ou substituímos estas premissas equivocadas por melhores e mais adequadas ou corremos o risco de nos autodestruirmos. A consciência do risco é explicitamente denunciaa na Carta da Terra, já sua primeira página, mas ela não é ainda coletiva.

Para sermos realistas cabe reconhecer um dado do processo evolucionário que nos perturba: junto com grande harmonia, coexiste também extrema violência A Terra mesma no seu percurso de 4,5 bilhões de anos, passou por várias devastações. Em algumas delas perdeu quase 90% de seu capital biótico. Mas a vida sempre se manteve e se refez com renovado vigor. O universo sempre conseguiu transformar o caos destrutivo em caos criativo. Do caos criou o cosmos (formas mais altas e elegantes de seres e de organismos vivos).

A última grande dizimação, um verdadeiro Armagedon ambiental, ocorreu há 67 milhões de anos, quando no Caribe, próximo a Yucatán no México, caiu um meteoro de quase 10 km de extensão. Produziu um tsunami com ondas do tamanho de altos edifícios. Ocasionou um tremor que afetou todo o planeta, ativando a maioria dos vulcões. Uma imensa nuvem de poeira e de gases foi ejetada ao céu, alterando, por dezenas de anos, todo o clima da Terra. Os dinossauros que por mais de cem milhões de anos reinavam, soberanos, por sobre toda a Terra, desapareceram totalmente.

Chegava ao fim a Era Mesozóica, dos répteis e começava a Era Cenozóica, dos mamíferos. Em seguida, como que se vingando, a Terra produziu uma floração de vida como nunca antes na evolução. Nossos ancestrais biológicos, do tamanho de um coelhinho, surgiram por esta época. Somos do gênero dos mamíferos . Evoluímos até chegarmos ao homo sapiens.

Mas eis que nos últimos trezentos anos o homo sapiens que se mostrou também demens (hoje somos sapiens-demens) montou uma investida poderosíssima sobre todas as comunidades ecossistêmicas do planeta. Explorou-as sistematicamente e canalizou grande parte do produto terrestre bruto para os sistemas humanos de consumo e bem-estar. O preço que temos pago equivale a uma dizimação semelhante àquelas de outrora.

O biólogo E. Wilson fala que a “humanidade é a primeira espécie na história da vida na Terra a se tornar numa força geofísica” destruidora. A taxa de extinção de espécies produzidas pela atividade humana, segundo ele, é cinquenta vezes maior do que aquela anterior à intervenção humana. Com a atual aceleração, dentro de pouco – continua Wilson – podemos alcançar a cifra de mil até dez mil vezes mais espécies exterminadas pelo voraz processo consumista. Em 1992 ele estimava a perda dentre 27.000 e 100.00 espécies por ano. O caos climático atual é um dos efeitos desta guerra humana contra Gaia sem nenhuma chance de ganhá-la.

O prêmio Nobel de Química de 1995, o holandês Paul J. Crutzen, aterrorizado pela magnitude do atual ecocídio, afirmou que inauguramos uma nova era geológica: a do antropoceno. Por esta palavra quis denunciar as grandes dizimações perpetradas pela irracionalidade do ser humano(em grego ántropos). Somos os principais causadores da erosão física, química e biológica da Terra.

Assim terminou tristemente a aventura de 66 milhões de anos de história da Era Cenozóica. Começa o tempo da obscuridade.

Para onde nos conduz o antropoceno? À base do baixo nível de consciência atual dos riscos que corremos, ninguém tem condições de prever qualquer saída salvadora. A nós cabe refletir seriamente, denunciar e gritar por todos os meios disponíveis, poisa nossa própria geração poderá conhecer as conseqüências funestas da irracionalidade de nossa forma de habitar o planeta, de produzir, de consumir e de esbanjar seus bens e serviços cada vez mais escassos.

Os Indignados na Europa e os “Ocuppiers” nos EUA já mostram uma nova consciência político-ecológica pois, entre tantas outras coisas, cobram tamém uma governança global do planeta Terra para fazer frente aos perigos coletivos que pesam sobre a vida e a humanidade.

Leonardo Boff, Filósofo/Teólogo, é autor do livro “Cuidar da Terra-proteger a vida:como evitar o fim do mundo”, Record, Rio de Janeiro 2010.

Artigo originalmente publicado no blogue pessoal de Leonardo Boff, @LeonardoBoff

EcoDebate, 17/02/2012

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Cortes no orçamento federal de 2012 atingem Ciência e Meio Ambiente


O corte no orçamento federal anunciado nesta quarta-feira (15) pelo governo afetou os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o do Meio Ambiente (MMA), que perderam, respectivamente, 22% e 19% dos valores previstos originalmente na Lei Orçamentária Anual.

De acordo com informações do Ministério do Planejamento, a área de Ciência perdeu uma fatia de R$ 1,48 bilhão dos R$ 6,7 bilhões previstos.

O MMA perdeu R$ 197 milhões de R$ 1,01 bilhão previsto e, agora, tem para investimentos em 2012 o montante de R$ 815 milhões. No ano passado, o corte no ministério do Meio Ambiente foi de R$ 398 milhões (o equivalente a 37% do montante inicial).

A redução ocorre após decisão do governo de bloquear gastos de R$ 55 bilhões no Orçamento federal de 2012, valor superior ao contingenciamento inicial de R$ 50 bilhões anunciado no ano passado. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, alegou que o corte ajudará o governo a cumprir a meta cheia de superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda) de R$ 140 bilhões em 2012.

Perdas na ciência – Em 2011, o MCT também havia perdido investimentos devido ao contingenciamento. Do orçamento previsto no ano passado, de R$ 7,4 bilhões, a pasta perdeu R$ 1 bilhão e o valor caiu para R$ 6,4 bilhões. Em 2010, o valor destinado para investimentos em ciência no Brasil foi de R$ 7,8 bilhões.

Em entrevista concedida ao G1 no início de fevereiro, o ministro da Ciência, Marco Antônio Raupp, havia afirmado que as verbas destinadas MCTI poderiam ser reduzidas e, por isso, aguardava a decisão sobre o assunto para dar continuidade aos programas. Na época, Raupp alegou que a crise internacional poderia causar o contingenciamento.

Entre as decisões da pasta que dependem do orçamento está a candidatura do Brasil a membro do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês), responsável pelo Grande Colisor de Hádrons (LHC).

Ainda este ano, o país teria que pagar uma cota anual para ser considerado membro do projeto – esse valor ainda precisa ser definido pelo Cern, mas há dois anos era de aproximadamente US$ 15 milhões ao ano.

Na época, Raupp afirmou que trabalhava em uma “engenharia financeira” para conseguir a aprovação do investimento necessário para a entrada no Cern e em outros projetos internacionais, como a construção do Telescópio Europeu Extremamente Grande (E-ELT, na sigla em inglês), no Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), que fica no Chile. (Fonte: Eduardo Carvalho/ G1)

MG: Justiça manda demolir construções feitas às margens de reservatório de usina


O entorno dos lagos, onde prolifera a edificação de casas de veraneio, é considerado Área de Preservação Permanente. O MPF em Uberaba já ajuizou mais de 400 ações pedindo a demolição dos imóveis.

A Justiça Federal em Uberaba (MG) proferiu sentença na Ação Civil Pública n. 2008.38.02.004756-5 condenando o réu Sérgio Murilo Barcelos Correa a demolir todas as construções e benfeitorias feitas às margens de reservatório artificial formado pelo represamento das águas do Rio Grande para a construção da Usina Hidrelétrica de Volta Grande, no Triângulo Mineiro.

Segundo a ação, o empreendimento possui área construída de 130 metros quadrados em alvenaria, compreendendo casa de veraneio e casa de depósito situadas a apenas 18 metros da cota máxima de inundação do reservatório. O local ainda possui uma fossa séptica sem qualquer anotação de responsável técnico que comprove a eficácia da mesma.

“No laudo técnico realizado pelo IEF, constatou-se a existência de 9 (nove) casas e um bar, valendo destacar a existência de um imóvel em situação de risco, o que comprova à saciedade o grave dano ambiental provocado pelo requerido”, relata a sentença.

O juiz federal Osmar Vaz de Mello da Fonseca Júnior determinou que o proprietário recolha o entulho resultante da demolição, depositando-o em local indicado pelo órgão ambiental, e em até 180 dias inicie a recuperação da área degradada a partir de projeto previamente aprovado pelo Ibama.

O réu ainda terá de pagar indenização a ser posteriormente fixada com base nos danos ambientais causados pela ocupação irregular.

Centenas de casos semelhantes – Essa ocupação ilegal das margens dos lagos artificiais formados por usinas hidrelétricas vem sendo combatida há anos pelo Ministério Público Federal (MPF). Só em Uberaba foram ajuizadas mais de 400 ações pedindo a demolição de construções, geralmente casas de veraneio, erguidas nesses locais.

Neste início de ano, já foram proferidas sete decisões favoráveis ao MPF. Além da ACP n. 2008.38.02.004756-5, também as ações de n. 2008.38.02.3343-3, 2008.38.02.3197-8, 2008.38.02.4207-6, 2008.38.02.4868-7, 2008.38.02.4561-2, e 2008.38.02.4867-3 tiveram sentença obrigando a demolição dos imóveis.

“Ou seja, em menos de um mês tivemos sete ações em que a Justiça considerou que esses proprietários violaram a lei ao construírem irregularmente nas margens dos reservatórios, que são considerados áreas de preservação permanente”, explica a procuradora da República Raquel Silvestre. “É uma vitória considerável, diante da omissão do Poder Público em coibir tais violações”.

O MPF lembra que a construção de usinas hidrelétricas exige a desapropriação de áreas para a formação das represas.

“Essas áreas, ainda que não inundadas, são terras de interesse público, já que afetadas ao serviço de geração de energia elétrica. Assim, devem ficar livres de ocupação antrópica e ambientalmente protegidas. Além disso, as áreas que não foram desapropriadas, mas estão próximas ao rio, são de proteção obrigatória e não podem abrigar obras não licenciadas”, afirma a procuradora.

Durante o trâmite da ação, o proprietário alegou direito adquirido ao terreno e às construções. Mas para o juiz federal, com apoio em julgados recentes dos tribunais superiores no sentido de que não existe direito adquirido do proprietário para poluir ou degradar o meio ambiente, “seria rematado absurdo imaginar a possibilidade de continuidade da atividade agressiva ao meio ambiente a pretexto de observância de eventual direito adquirido”.

Para ele, “a integridade do meio ambiente não interessa somente à geração atual, pois resvala no interesse das gerações futuras”.

Fonte: Ministério Público Federal em Minas Gerais

EcoDebate, 16/02/2012

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Engenheiro inventa chuva sólida para ser usada na agricultura


Uma “chuva sólida”, fabricada nos mesmos moldes das fraldas descartáveis de bebês, é a nova tecnologia para ser aplicada na agricultura durante períodos de seca.

A invenção do engenheiro mexicano Sergio Rico, do Instituto Nacional de Politécnica, usa o poliacrilato de sódio. A substância é capaz de concentrar grandes quantidades de água em forma de gel.

O bloco de gel é colocado perto da raiz do vegetal para que possa absorver a água das chuvas. Cada quilo de chuva sólida armazena litros de água. Detalhe: a vida útil do produto é longa, variando entre oito a dez anos.

A equipe de Rico já testou a chuva sólida em pés de milho e obteve uma colheita bem superior ao método tradicional utilizado para aguar a área plantada. (Fonte: Folha.com)

Agricultura usa 92% da água doce do planeta


Pesquisadores afirmam que a agricultura, nos moldes de hoje, consome 92% da água no planeta, o que transforma a produção de alimentos e outros produtos em algo insustentável. O alerta foi dado pelo holandês Arjen Y. Hoekstra, criador da pegada hídrica -, indicador que mede o uso direto e indireto da água doce para se obter um produto alimentício ou qualquer outro bem consumível.

De acordo com o estudo de Hoekstra, publicado no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), uma pessoa consome em média 4.000 litros, de água por dia, incluindo toda a água necessária para a produção de alimentos e bens de consumo. No entanto, de acordo com estudo publicado esta semana, o consumo varia muito de país para país.

Entre as disparidades está no fato de um americano consumir mais do que o dobro da média global, enquanto que habitantes da China e Índia consomem pouco mais de 1000 litros. A pegada de água do consumidor médio é determinada principalmente pelo consumo de cereais (27%), carne (22%) e produtos lácteos (7%). O Brasil é o quarto maior consumidor de água – o brasileiro consome em média 3.780 litros de água por dia -, e também o quarto exportador de bens que mais necessitam de água.

A “pegada Hídrica da humanidade” mostra ainda que há a importação e exportação virtual da água. Um consumidor holandês, por exemplo, ao comprar uma camisa feita com algodão e produzida fora da Holanda, usa a água do país de produção.

Os pesquisadores também esperam ver uma mudança drástica no consumo na China, que depende cada vez mais de terras agrícolas, por exemplo, da África. Isto levará a importação muito maior de água. De a cordo com o estudo, estes são todos os indicadores claros de que a escassez de água não é um problema local, mas deve ser visto de uma perspectiva global. (Fonte: Portal iG)

MPF questiona redução de UCs na Amazônia


Karina Miotto
14 de Fevereiro de 2012



Mina ilegal na APA Tapajós. Foto foi tirada em novembro de 2011 no município de Itaituba, Pará. (Crédito: Greenpeace/Marizilda Cruppe)


De acordo com o Ministério Público Federal do Pará (MPF/PA), a redução de áreas protegidas na Amazônia é inconstitucional. Por isso, a Procuradoria Geral da República impetrou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a Medida Provisória 558, editada em janeiro por Dilma Rousseff e que permite a alteração dos limites de sete Unidades de Conservação nos Estados do Pará, Rondônia e Amazonas.

De acordo com Roberto Gurgel, procurador geral do MPF, há irregularidades envolvidas nesta decisão. Em 2011, técnicos do ICMBio teriam emitido um parecer contrário à redução de UCs na região do Tapajós. Entre as justificativas apontadas estão a falta de estudos sobre espécies ameaçadas, sobre viabilidade econômica, impactos socioambientais e de projetos de mitigação de impactos causados a populações tradicionais. Este parecer não teria recebido retorno da direção central do ICMBio em Brasília.

No Pará, foram alterados os limites do Parque Nacional (Parna) da Amazônia (18.700 hectares), das Florestas Nacionais (Flonas) de Itaituba I (7.705 ha), Itaituba II (28.453 ha) e Crepori (856 ha), além da Área de Proteção Ambiental (APA) do Tapajós (19.916 ha). No total, foram desafetados 75.630 hectares no Estado. No Parque Nacional Mapinguari, localizado nos municípios de Lábrea e Canutama, no sul do Amazonas, divisa com Rondônia, foram excluídos 8.470 hectares e, no Parna Campos Amazônicos, 2.188 hectares. A MP foi editada para viabilizar a construção de quatro usinas hidrelétricas localizadas nos rios Madeira e Tapajós.

Áreas são ricas em biodiversidade

Parque Nacional da Amazônia
Floresta Tropical Úmida, com grande diversidade. Nela são encontradas espécies ameaçadas de extinção, como a ariranha. UC federal de proteção integral.

Flonas Itaituba I e II
A vegetação predominante é de Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Aberta.
Ambas são UCs federais de uso sustentável.

Flona Crepori
Cerca de 88% de sua área é composta por Floresta Ombrófila Densa. UC federal de uso sustentável.

APA Tapajós
A vegetação predominante na APA é Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Aberta. UC federal de uso sustentável.

Parque Nacional Mapinguari
Tem elevado grau de prioridade para conservação, com riqueza de espécies e endemismos. UC federal de proteção integral.

Parque Nacional Campos Amazônicos
Com áreas de Cerrado e floresta amazônica, possui potencial científico e tem muita diversidade de aves. UC federal de proteção integral.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Em debate a criação de uma Organização Mundial para o Meio Ambiente






Manchas solares dobram de tamanho e podem originar explosões


Duas manchas solares que praticamente dobraram de tamanho nos últimos dias pode originar uma série de explosões solares em direção à Terra.

O Observatório de Dinâmica Solar, da Nasa (agência espacial dos EUA), registrou a alteração recente na região conhecida como 1416.

Não se sabe qual será o potencial do fenômeno, mas alguns cientistas dizem que as explosões solares poderiam ser de média intensidade e sentidas nas regiões polares, com pequenas interferências nos sistemas de comunicações.

As explosões não colocam em perigo os seres humanos. (Fonte: Folha.com)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Florestas tropicais na África podem ter virado savanas por ação humana


Um grupo de pesquisadores franceses afirma que a transformação das florestas tropicais no centro do continente africano em savanas, ocorrida há 3 mil anos, pode ter sido influenciada pela presença humana. O estudo foi divulgado na revista ‘Science’.

Durante anos, os cientistas explicaram a transição como uma consequência apenas das mudanças climáticas que o planeta sofreu. Agora, os pesquisadores acreditam que uma alteração tão drástica não poderia ser apenas ação da natureza e precisaria contar com a participação humana.

O grupo analisou os sedimentos marinhos a 914 metros de profundidade no estuário do Rio Congo. A região serve como registro histórico dos últimos 40 mil anos de formações geológicas na região. Há três milênios, esses depósitos estiveram sob forte influência química, que provocou a quebra de rochas e minerais.

Na mesma época, fazendeiros bantos chegaram ao local após deixar a área onde hoje se encontra Camarões e Nigéria.

Os migrantes empregaram técnicas de agricultura e fundição do ferro à região, provocando grande impacto nas árvores da África Central. Segundo os pesquisadores, o grupo banto teria acelerado o processo de erosão na área ao derrubar árvores para criar terra arável e para as fundições. (Fonte: Globo Natureza)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Nível do mar subiu 12 milímetros em 8 anos


As geleiras e áreas cobertas por gelo na Terra perderam 536 bilhões de toneladas por ano entre 2003 e 2010, o que resultou na elevação de 12 milímetros no nível médio do mar nesse período, segundo aponta um estudo feito por cientistas da Universidade do Colorado, nos EUA, e publicado ontem na edição on-line da revista “Nature”.

O volume derretido por ano equivale a aproximadamente o dobro da quantidade de água que existe no rio Amazonas e corresponde a cerca de 0,002% de toda a quantidade de gelo que se estima existir no mundo.

O estudo é o primeiro a analisar com precisão o volume global de derretimento de todas as massas geladas do planeta com área coberta por gelo superior a 100 km², incluindo regiões fora da Antártida e da Groenlândia que, por conterem mais de 90% do gelo do mundo, sempre foram privilegiadas.

O novo levantamento inclui locais como topos de cordilheiras, onde constatou-se que o derretimento segue um ritmo menor que o esperado.

O estudo foi feito a partir da análise de dados das sondas gêmeas Grace, da Nasa, que desde 2002 fazem o mapeamento da massa e da gravidade terrestre.

“Esses novos resultados vão nos ajudar a responder questões importantes sobre a elevação do mar e como as regiões geladas estão respondendo ao aquecimento”, disse o físico John Wahr, um dos líderes do estudo.

Para Paolo Alfredini, professor do departamento de engenharia hidráulica e ambiental da USP, a pesquisa traz dados concretos que são coerentes com o monitoramento do nível do mar feito em diversos pontos do Brasil.

Ele chama a atenção, no entanto, para o fato de que o estudo traz valores médios para todo o mundo, enquanto que algumas áreas são mais afetadas que outras pela elevação do mar. É o caso das áreas tropicais, como a costa brasileira.

“Nessas regiões, o aquecimento da água provoca sua dilatação, o que a faz ocupar um volume maior.”

Segundo Alfredini, a extrapolação do resultado para um prazo de cem anos, considerando esses fatores, permite estimar que algumas áreas do país vão ter elevação de até um metro do nível do mar.

Isso significaria, numa praia com declive suave como a da cidade de Santos, um avanço do mar de até cem metros sobre a costa.

“As informações da pesquisa são preocupantes. O aquecimento não é uma questão folclórica e o Brasil está atrasado no despertar para as consequências desse processo, que pode afetar grandes áreas do país e do mundo.” (Fonte: Thiago Fernandes/Folha.com)

Minas Gerais: chega a 230 número de municípios em situação de emergência por causa da chuva


Sobe para 264 o número de municípios atingidos pela chuva em Minas Gerais. A Defesa Civil contabiliza 230 municípios em situação de emergência. Mais de 100 mil pessoas estão desalojadas e 9,2 mil, desabrigadas. Na quarta-feira (8), mais dois municípios tiveram a situação de emergência decretada: Carlos Chagas e Nova Módica.

O estado registra ainda 19 mortos e um desaparecido desde o início da temporada de chuva, em outubro do ano passado. Mais de mil casas e 558 pontes foram destruídas.

A previsão para hoje no estado é que o tempo fique nublado com pancadas de chuvas e trovoadas isoladas na maior parte do estado.

Na semana passada, o Ministério da Integração Nacional autorizou a liberação de R$ 2,3 milhões para ações de socorro e assistência às vítimas das chuvas em 12 cidades mineiras. Os recursos serão empregados no restabelecimento de serviços essenciais e na reconstrução de áreas atingidas. (Fonte: Priscilla Mazenotti/ Agência Brasil)

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Crítica ao modelo-padrão de sustentabilidade, artigo de Leonardo Boff


Os documentos oficiais da ONU e também o atual rascunho para a Rio+20 encamparam o modelo padrão de desenvolvimento sustentável: deve ser economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. É o famoso tripé chamado de Triple Botton Line (a linha das três pilastras), criado em 1990 pelo britânico John Elkington, fundador da ONG SustainAbility. Esse modelo não resiste a uma crítica séria.

Desenvolvimento economicamente viável: Na linguagem política dos governos e das empresas, desenvolvimento equivale ao Produto Interno Bruto (PIB). Ai da empresa e do pais que não ostentem taxas positivas de crescimento anuais! Entram em crise ou em recessão com conseqüente diminuição do consumo e geração de desemprego: no mundo dos negócios, o negócio é ganhar dinheiro, com o menor investimento possível, com a máxima rentabilidade possível, com a concorrência mais forte possível e no menor tempo possível.

Quando falamos aqui de desenvolvimento não é qualquer um, mas o realmente existente que é aquele industrialista/capitalista/consumista. Este é antropocêntrico, contraditório e equivocado. Explico-me.

É antropocêntrico pois está centrado somente no ser humano, como se não existisse a comunidade de vida (flora e fauna e outros organismos vivos) que também precisa da biosfera e demanda igualmente sustentabilidade. É contraditório, pois, desenvolvimento e sustentabilidade obedecem a lógicas que se contrapõem. O desenvolvimento realmente existente é linear, crescente, explora a natureza e privilegia a acumulação privada. É a economia política de viés capitalista. A categoria sustentabilidade, ao contrário, provém das ciências da vida e da ecologia, cuja lógica é circular e includente. Representa a tendência dos ecossisstemas ao equilíbrio dinâmico, à interdependência e à cooperação de todos com todos. Como se depreende: são lógicas que se auto-negam: uma privilegia o indivíduo, a outra o coletivo, uma enfatiza a competição, a outra a cooperação, uma a evolução do mais apto, a outra a co-evolução de todos interconectados.

É equivocado, porque alega que a pobreza é causa da degradação ecológica. Portanto: quanto menos pobreza, mais desenvolvimento sustentável haveria e menos degradação, o que é equivocado. Analisando, porém, criticamente, as causas reais da pobreza e da degradação da natureza, vê-se que resultam, não exclusiva, mas principalmente, do tipo de desenvolvimento praticado. É ele que produz degradação, pois delapida a natureza, paga baixos salários e gera assim pobreza.

A expressão desenvolvimento sustentável representa uma armadilha do sistema imperante: assume os termos da ecologia (sustentabilidade) para esvaziá-los. Assume o ideal da economia (crescimento) mascarando, a pobreza que ele mesmo produz.

Socialmente justo: se há uma coisa que o atual desenvolvimento industrial/capitalista não pode dizer de si mesmo é que seja socialmente justo. Se assim fosse não haveria 1,4 bilhões de famintos no mundo e a maioria das nações na pobreza. Fiquemos apenas com o caso do Brasil. O Atlas Social do Brasil de 2010 (IPEA) refere que cinco mil famílias controlam 46% do PIB. O governo repassa anualmente 125 bihões de reais ao sistema financeiro para pagar com juros os empréstimos feitos e aplica apenas 40 bilhões para os programas sociais que beneficiam as grandes maiorias pobres Tudo isso denuncia a falsidade da retórica de um desenvolvimento socialmente justo, impossível dentro do atual paradigma econômico.

Ambientalmente correto: O atual tipo de desenvolvimento se faz movendo uma guerra irrefreável contra Gaia, arrancando dela tudo o que lhe for útil e objeto de lucro, especialmente, para aquelas minorias que controlam o processo. Em menos de quarenta anos, segundo o Índice Planeta Vivo da ONU (2010) a biodiversidade global sofreu uma queda de 30%. Apenas de 1998 para cá houve um salto de 35% nas emissões de gases de efeito estufa. Ao invés de falarmos nos limites do crescimento melhor faríamos falar nos limites da agressão à Terra.

Em conclusão, o modelo padrão de desenvolvimento que se quer sustentável, é retórico. Aqui e acolá se verificam avanços na produção de baixo carbono, na utilização de energias alternativas, no reflorestamento de regiões degradadas e na criação de melhores sumidouros de dejetos. Mas reparemos bem: tudo é realizado desde que não se afetem os lucros, nem se enfraqueça a competição. Aqui a utilização da expressão “desenvolvimento sustentável”possui uma significação política importante: representa uma maneira hábil de desviar a atenção para a mudança necessária de paradigma econômico se quisermos uma real sustentabilidade. Dentro do atual, a sustentabilidade é ou retórica ou localizada ou inexistente.

* Leonardo Boff, Teólogo/Filósofo é Autor do livro Sustentabilidade: o que é e o que não é, recém lançado pela Editora Vozes, Petropolis 2012.

** Artigo originalmente publicado no blogue pessoal de Leonardo Boff.

EcoDebate, 09/02/2012

Gelo derretido entre 2003 e 2010 poderia inundar os EUA, diz estudo


Em oito anos, o planeta perdeu o equivalente a 4.100 km³ de gelo – provenientes das calotas, das geleiras, da Groenlândia e da Antártida – devido ao derretimento, afirma pesquisa que será publicada nesta quinta-feira (9) na edição online da revista “Science”. O dado equivale a 1,2 centímetro de elevação nos mares.

Na prática, essa massa derretida é suficiente para encobrir completamente os Estados Unidos em 1,5 metro de água. O volume corresponde a 82 mil vezes a quantidade de água existente no Lago Paranoá, em Brasília – que tem 0,05 km³.

De acordo com o estudo realizado pela Universidade Columbia, com dados disponibilizados pelo programa Grace (satélites de observação da Terra operados em parceria da Nasa com a Alemanha), de janeiro de 2003 a dezembro de 2010 foram derretidas anualmente 150 bilhões de toneladas de gelo – sem incluir Groelândia e Antártida. Nestas duas regiões, a perda anual de gelo equivale a 385 bilhões de toneladas/ano.

“A Terra está perdendo uma incrível quantidade de gelo para os oceanos anualmente e esses novos resultados nos ajudarão a entender questões importantes sobre a elevação do mar e respostas das regiões frias do planeta às mudanças climáticas globais”, disse John Wahr, pesquisador da Universidade Columbia, em comunicado enviado pela instituição.

Aquecimento global – Os cientistas participantes da pesquisa concordam que as atividades humanas, como o envio de grandes quantidades de gases de efeito estufa à atmosfera, estão aquecendo o planeta, fenômeno que é ocorre de forma mais acentuada nas áreas frias.

Porém, um dado inesperado aponta que, apesar da quantidade surpreendente de gelo derretido, o número é inferior ao apontado em estudos anteriores.

Os satélites do Grace constataram, por exemplo, que o degelo nas altas montanhas da Ásia, como o Himalaia, foi inferior à previsão de 50 bilhões de toneladas de massa de gelo por ano (o número constatado é de quatro bilhões de toneladas ao ano).

Preocupação – Os cientistas querem agora encontrar um padrão para entender melhor o processo de aumento do nível do mar.

“Uma grande questão é entender como a ascensão dos oceanos vão ser modificada neste século”, disse Tad Pfeffer, também participante da pesquisa. (Fonte: G1)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Plantas ‘avisam’ umas às outras sobre ataques


Cientistas parecem ter flagrado aquela que pode ser uma prova de que as plantas se ‘comunicam’ entre si.

Por meio de câmeras e equipamentos especiais, eles chegaram à conclusão de que quando atacadas, algumas plantas liberam um gás invisível, que serviria para alertar as outras sobre o risco.

Os cientistas da Universidade de Exeter, na Grã-Bretanha, acreditam que o experimento mostra parte de um sistema complexo de comunicação entre os vegetais. (Fonte: G1)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Fóssil altera data de surgimento da vida animal na Terra


Uma equipe de pesquisadores descobriu na Namíbia fósseis de esponja, que podem ser a primeira prova de vida animal na Terra, o que faz remontar em milhões de anos a data estimada da aparição desta forma de vida.

Os fósseis estavam, em sua maioria, no Parque Nacional de Etosha e também em outros pontos do país africano, em rochas de até 760 milhões de anos.

A descoberta é de uma equipe internacional de dez pesquisadores que publicaram seus resultados no “South African Journal of Science”.

Até agora, a comunidade científica considerava que a vida animal havia surgido na Terra entre 600 milhões e 650 milhões de anos. Com os fósseis recém-encontrados, essa origem remontaria entre 100 milhões e 150 milhões de anos a mais.

Segundo o estudo, as minúsculas esponjas esféricas, do tamanho de um grão de pó e cheias de buracos que permitem a passagem da água, são nossos ancestrais mais distantes, assegura Tony Prave, um dos coautores do estudo, da Universidade de St Andrew (Escócia).

“Se pegarmos a árvore genealógica e remontarmos até o que se chama grupo mãe, o ancestral de todos os animais, então, sim, esta seria nossa mãe comum”, afirmou.

Para o professor Prave, a descoberta de fósseis de 760 milhões de anos é coerente com a hipótese dos especialistas da genética, que trabalham com o “relógio molecular”.

Trata-se de um método que permite determinar a idade de uma espécie comparando as variações de seu DNA com as de outras espécies vizinhas.

A esponja seria o primeiro advento de uma forma de vida multicelular, acrescentou Prave. (Fonte: Folha.com)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Uso do biodigestor muda a vida de uma família de produtores rurais


A granja São Pedro se espalha por 250 hectares no município de São Miguel do Iguaçu, oeste do Paraná, onde José Carlos Colombari toca uma criação de 5,2 mil porcos com a ajuda do pai e do filho.

Com tantos animais na engorda, dar destino a esterco e urina sempre foi uma dor de cabeça para os criadores. Até alguns anos, a propriedade vivia cheia de moscas e o mau cheiro tomava conta.

A situação começou a mudar quando a família adotou o biodigestor. Atualmente, a granja conta com dois equipamentos. O biofertilizante é totalmente aproveitado no pasto da propriedade, onde Colombari mantém o rebanho de gado de corte.

O principal produto do biodigestor, o biogás, alimenta a mini-usina da granja. O gerador funciona ao longo do dia e a energia dos dejetos atende a todas as necessidades da granja e ainda sobra eletricidade, que é vendida para a rede.

O aproveitamento do biogás promoveu uma virada nas contas da granja. O produtor zerou a conta e luz e ainda recebe todo mês um valor aproximado de R$ 2,5 mil com a venda de eletricidade. Somando os ganhos, a redução do gasto com óleo diesel e a economia gerada pelo biofertilizante, os produtos do biodigestor estão trazendo melhoria de renda para a família na ordem de R$ 120 mil por ano.

Saindo do Paraná, uma fazenda em São Paulo também resolveu apostar no aproveitamento sustentável dos dejetos. O proprietário dispensa apresentação. O ator e pecuarista Tarcísio Meira tem um confinamento de bois, onde cria resultado de cruzamentos entre o zebu e raças europeias.

Tarcísio conta que o alimento do gado, preparado na fazenda, é uma mistura de vários ingredientes, como silagem de milho, polpa cítrica e farelo de soja. “A gente faz de tudo para economizar. Uma coisa que a gente fez que foi muito boa e está dando um retorno muito grande foi o biodigestor”, diz.

A propriedade conta com dois biodigestores grandes em atividade. As áreas irrigadas com o biofertilizante são destinadas ao cultivo de milho, que serve para fazer a silagem para o gado. Com isso, a propriedade reduziu os gastos com adubo e a lavoura ficou mais produtiva. Para aproveitar o biogás que sai dos biodigestores, Tarcísio também montou uma mini-usina. “O gerador é suficiente para tocar toda a energia, inclusive nos momentos de pico”, explica.

Tarcísio lembra que outra vantagem ecológica é que, ao gerar energia, a usina destrói toneladas do principal componente do biogás, o metano, um gás poluente e que contribui para elevação da temperatura da Terra, o chamado aquecimento global.

Segundo ele, apostar no aproveitamento sustentável dos dejetos foi uma decisão acertada. A mudança garantiu redução de custos e vantagens para o meio ambiente. (Fonte: G1)

Nevascas paralisam a Europa; mortos já são quase 300


Vários países da Europa estavam praticamente paralisados neste domingo (5) por causa da onda de frio e das intensas nevascas que nos últimos dias provocaram a morte de quase 300 pessoas e deixaram povoados sob a neve.

O registro de vítimas aumenta a cada dia. No domingo, chegava a 297 mortos, em sua maioria no leste do continente europeu, principalmente na Ucrânia e na Polônia, os dois países mais afetados, que somam 184 vítimas.

Na Ucrânia, as autoridades indicavam neste domingo 131 mortos e cerca de 2.000 pessoas hospitalizadas. Os postos temporários de socorro, com aquecimento e comida, já receberam mais de 75 mil pessoas nos últimos dias.

Neste domingo, a temperatura era de cerca de 10º C abaixo de zero em Kiev, depois de ter chegado a -30 durante a noite.

Já na Polônia os termômetros registraram 22º C abaixo de zero no sábado à noite no nordeste do país, onde o frio matou oito pessoas, elevando o total para 53.

A maior parte das vítimas é de moradores de rua, muitos deles alcoólatras. A capital da Bósnia, Sarajevo, estava neste domingo praticamente paralisada, coberta por mais de um metro de neve. Somente as avenidas principais e algumas poucas ruas do centro estavam transitáveis.

Os presidentes da Croácia e da Sérvia, respectivamente Ivo Josipovic e Boris Tadic, ficaram bloqueados momentaneamente em uma estação de esqui.

O registro na manhã deste domingo na Sérvia era de nove mortos e um desaparecido.

Na Romênia, seis novas mortes foram confirmadas neste domingo, elevando o total para 34 nos últimos dias.

No restante da Europa, 15 mortes foram registradas na Lituânia, dez na Letônia, seis na República Tcheca, quatro na Áustria, duas na Croácia e na Grécia, e uma na Eslováquia, Montenegro e Macedônia.

A situação era menos grave no oeste do continente.

O frio intenso persistia na França neste domingo, enquanto que na Itália, a capital, Roma, estava coberta de neve.

A noite de sábado foi a mais fria deste inverno na Alemanha, onde as ilhas turísticas de Juist e Wangerooge estavam completamente isoladas.

O Reino Unido também foi afetado, com uma camada de neve de mais de 16 cm em Suffolk (leste) que obrigou várias pessoas a passar a noite no interior de seus automóveis, bloqueados pela nevasca. (Fonte: Folha.com)

Inundações catastróficas e deslizamento de barrancos em Minas Gerais e o novo código florestal



[Jornal da Ciência] A cada ano, durante o verão, notícias sobre inundações catastróficas e deslizamentos de morros dominam os jornais, revistas e televisão. No ano passado, o estado de Rio de Janeiro sofreu dramáticas perdas de vidas e danos econômicos severos devido a esses eventos. Este ano, o estado de Minas Gerais chama novamente a atenção por causa de grandes inundações, em que cidadãos perderam a vida e a população sofreu graves danos econômicos.

O desmatamento de encostas e a impermeabilização da superfície do solo pela expansão das cidades e da rede rodoviária resultam no aumento da descarga superficial da chuva, aumentando também a erosão, o que resulta em deslizamentos e formação de voçorocas. Os pântanos, que absorviam e estocavam a água da chuva como se fossem “esponjas”, foram transformados em terras para plantio. As áreas alagáveis ao longo dos riachos e rios, que serviam para reter as águas e para estocá-las temporariamente diminuindo os picos de enchentes, foram aterradas, sendo usadas nas cidades pela construção civil ou, pior, como depósitos de lixo. A retificação e a canalização dos riachos e rios aceleraram o transporte da água resultando em enchentes cada vez mais acentuadas, rápidas, e devastadoras, como estas observadas anualmente.

Lamentavelmente os danos não se restringem somente às áreas diretamente atingidas. Como o lençol freático da região afetada decresce, já que a água não infiltra mais no solo como anteriormente, é gerado um déficit de água para a vegetação e para o homem durante a época seca. A conseqüência mais direta desta situação é o aumento no índice de queimadas. Por outro lado, a grande quantidade de sedimentos erodidos e transportados pelas enchentes é depositada nas represas, assoreando-as muito mais rapidamente do que foi calculado antes da sua construção, diminuindo drasticamente o seu tempo de vida útil. Isso torna os cálculos de custo/benefício desses empreendimentos obsoletos, um fato que deveria ser alarmante para o governo federal e os governos estaduais, que pretendem aumentar o número de represas para a estocagem de água potável e para a produção de hidroenergia. Enquanto os gastos para prevenção de desastres naturais não atingem a marca de R$ 1 milhão, os gastos com as ações para conter os danos causados por esses desastres suplantam a marca de R$ 6 bilhões. (http://www.adjorisc.com.br/politica/governo-investiu-so-13-dos-gastos-em-prevenc-o-a-desastres-naturais-1.1014492)

Considerando este cenário, podemos constatar que a despeito da importância dos projetos de proteção e saneamento atualmente em planejamento, estes não passam de meros paliativos para os sintomas de um problema que é muito mais grave. A solução definitiva para o problema deveria incluir, dentre outros, planos de recuperação da vegetação natural em áreas críticas, além da preservação e restituição das áreas úmidas, para frear e mitigar os efeitos das enchentes, além da retirada da população das áreas críticas e a proibição da recolonização das mesmas por novos ocupantes. Em áreas densamente povoadas, essa é uma medida de difícil execução, politicamente sensível, muito onerosa, e de longa duração. Mas essa é a única solução, principalmente, se considerarmos as previsões do Conselho Internacional do Clima Global e do Inpe, que preveem para o futuro um aumento dos eventos climáticos extremos, ou seja, um maior número de chuvas torrenciais e secas mais severas com ondas de calor intenso. Outros países como os Estados Unidos e muitos países Europeus, entre eles a Holanda, campeã mundial em construção de diques, canais, “polders” e canalização de rios, já perceberam há anos que em longo prazo não é possível conter os rios e, por essa razão, foram elaborados amplos programas para a recuperação de pelo menos parte das áreas alagáveis, aumentando, desta forma, sua capacidade tampão de retenção da água, o que leva à diminuição dos picos das enchentes.

Nesse contexto, a proposta do novo código florestal se mostra completamente anacrônica, já que sua potencial aprovação levará à redução da proteção das áreas úmidas ao longo dos rios e igarapés, e facilitará a destruição da vegetação natural ripária. Enquanto, por um lado, a sociedade convive com as conseqüências econômicas e sociais desastrosas da má ocupação do espaço nas regiões já ocupadas há séculos, o Congresso Nacional arrisca-se a facilitar os mesmos processos deletérios em todo o País, por meio da legalização do texto do novo código florestal.

Nesse sentido, lançamos um apelo aos Senhores Membros do Congresso Nacional para que levem em consideração estas relações entre o clima, o ciclo hidrológico, as áreas úmidas e a ocupação do espaço pelo homem. Proteger e manter as áreas úmidas intactas é muito mais barato de que propiciar sua destruição para depois recuperá-las. A perda de vidas humanas com os desastres naturais não tem reparo. Quando a causa é conhecida quem é o responsável pela tragédia?

O texto é de autoria dos pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (Inau), Wolfgang Junk, Paulo Teixeira de Sousa e Catia Nunes da Cunha; de Maria Teresa Fernandez Piedade, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa); e de Ennio Candotti, do Museu do Amazonas.

Artigo socializado pelo Jornal da Ciência,/SBPC, JC e-mail 4429

EcoDebate, 06/02/2012

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Pesquisa diz que planta achada em Manaus/AM é capaz de absorver metais


Estudo realizado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) comprovou a eficiência de uma planta da região como biorremediadora em áreas contaminadas. Trata-se da Alocasia macrorhiza, conhecida popularmente como orelha-de-elefante-gigante. De acordo com a pesquisa, a espécie tem a capacidade de absorver metais pesados do solo, como cádmio, cromo, cobre, chumbo, níquel e zinco.

Fruto do trabalho de doutorado denominado ‘Avaliação da Alocasia macrorhiza como fitorremediadora dos metais Cd, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn’, realizado por Josias Coriolano de Freitas, o estudo teve como objetivo testar a capacidade de absorção dos metais pesados pela planta, que pode ser encontrada na flora de algumas matas ciliares da cidade de Manaus.

Segundo o pesquisador, o estudo teve início em 2006 e foi concluída em 2010. Neste período, foi realizada a coleta das plantas em áreas cujo nível de contaminação é elevado, como locais próximos aos igarapés da Universidade Luterana, no conjunto Atílio Andreazza; na Avenida Torquato Tapajós, no bairro Flores; no Conjunto Jardim de Versalles, no bairro Planalto; no Posto Rodoviário de Manaus da Rodovia BR-174, quilômetro 7, e em uma área não impactada localizada na Ufam, no bairro Coroado. “O uso de plantas para a descontaminação do solo e da água contaminados por produtos químicos é utilizado há mais de três séculos. A fitorremediação alcançou importância mundial por ser uma tecnologia que extrai ou imobiliza contaminantes de origem orgânica e inorgânica”, salientou.

Os testes mostraram que todos os metais foram absorvidos da mesma forma independentemente do local, informou Freitas. O pesquisador ressaltou que o chumbo foi o metal que apresentou maior concentração na planta, seguido por cromo, cádmio, cobre, níquel e zinco, sequência que se repete nas partes (caule, folhas e raízes) analisadas da planta.

No Amazonas, segundo Freitas, a ocorrência de metais pesados se deve ao processo de ocupação desordenada, resíduos industriais, principalmente, na estação seca, quando foram encontrados os maiores valores de concentração. Conforme levantamentos feitos em 2007, as concentrações dos metais pesados estavam acima dos valores permitidos pela Resolução 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). “Outras fontes comuns são os resíduos urbanos, pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes que contêm mercúrio (Hg), muitas tintas contêm chumbo, enquanto baterias de celular e plásticos coloridos contêm cádmio (Cd)”, pontuou.

Resultados – O pesquisador explicou que a planta não prioriza uma região para acumular metais. Acredita-se que a fisiologia e o mecanismo molecular de transporte facilita a distribuição dos metais. Plantas com esta característica são conhecidas como exclusoras. Significa que a concentração do metal nos tecidos é mantida constante até um determinado nível.

Plantas exclusoras, normalmente, são capazes de tolerar grandes quantidades de metais pesados em tecidos, além de ser tolerantes a múltiplos metais. “O resultado permite afirmar que a Alocasia macrorhiza é uma planta promissora para ser usada na implantação de um programa de fitorremediação, pois ela é hiperacumuladora desses metais”, destacou.

Segundo Freitas, todos os metais foram absorvidos da mesma forma independentemente do local (impacto e não impactado). Todas as concentrações encontradas dos metais Pb, Cr, Cd, Cu e Ni estavam acima dos limites normais de absorção de uma planta, apenas o Zn permaneceu no limite. (Fonte: G1)

Estudo mapeia as principais ameaças ao Pantanal

Corixo do Moquém (Pantanal). Foto: WWF-Brasil / Sérgio Amaral
As fragilidades a que está exposta a região do Pantanal é o tema de novo estudo da ONG WWF-Brasil, em parceria com a The Nature Conservancy e Centro de Pesquisas do Pantanal. A região corre perigo, principalmente pela degradação de nascentes e barramento de rios que fluem de áreas de planalto (cerrado) para a planície pantaneira. O trabalho “Análise de Risco Ecológico da Bacia do Rio Paraguai”, foi lançado hoje, 02 de fevereiro, data em que se comemora o Dia Mundial das Zonas Úmidas, e o Pantanal, parte da bacia do Paraguai, é a maior área úmida continental do planeta.

Mais de 30 especialistas de quatro países (Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia), participantes do estudo, cruzaram dados reunidos em três anos de pesquisa e análise. Ficou constatado que 14% da região pantaneira necessita de proteção urgente, por ser considerada essencial para o fornecimento de água e manutenção do ciclo das cheias. Metade da bacia pantaneira corre riscos ambientais considerados médios ou altos.

Os pesquisadores listaram as principais ameaças à bacia do rio Paraguai:


Desmatamento e manejo inadequado de terras para agropecuária, ambos causadores de erosões e sedimentação de rios.
Barragens feita para a construção de hidrelétricas, que alteram o regime hídrico natural.
Crescimento urbano e populacional, normalmente seguido de obras de infraestrutura, como rodovias, barragens, portos e hidrovias que – se construídas sem critérios de sustentabilidade – colocam em risco o frágil equilíbrio ambiental pantaneiro.


Pelo lado bom, 11% da bacia já estão protegidos. O problema é que essa parte protegida não está distribuída de forma adequada para proteger as regiões que mais fornecem água, ou as mais ricas em biodiversidade.

Vivem na região Bacia do rio Paraguai cerca de 8 milhões de pessoas, com uma economia concentrada na pecuária, que conta com 30 milhões de cabeças de gado. É ainda a região onde existe uma das maiores reserva de água doce do planeta.

Zonas Úmidas

As Zonas Úmidas são aquelas situadas em uma área de transição entre os ecossistemas aquáticos e terrestres, consideradas áreas muito vulneráveis do ponto de vista ambiental.

Além do Pantanal, o Brasil possui outras sete áreas úmidas importantes: Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (AM), Ilha do Bananal (TO), Reentrâncias Maranhenses (MA), Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense (MA), Parque Estadual Marinho do Parcel de Manoel Luz (MA), Lagoa do Peixe (RS) e a Reserva Particular do Patrimônio Natural SESC Pantanal (MT).

Elas são classificadas como sítios Ramsar, que são áreas úmidas selecionadas pelos países e aprovadas por um corpo técnico de acordo com sua importância. Foram instituídos pela Convenção de Ramsar, realizada, em 1971, na cidade iraniana de mesmo nome. Além de protegidas pela Convenção, todo dia 02 de fevereiro é feito um balanço dessas importantes áreas.

A Convenção é um tratado intergovernamental que estabelece marcos para ações nacionais e internacionais para a conservação e o uso racional de zonas úmidas e de seus recursos naturais. Todo ano o secretariado da Convenção sugere um tema para as ações desenvolvidas pelos países membros da Convenção. Esse ano o assunto sugerido para foi Dia Mundial das Áreas Úmidas (World Wetlands Day) foi “Turismo em Zonas Úmidas: Uma Grande Experiência”.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Áreas de conservação na Amazônia têm baixa efetividade, aponta estudo


As unidades de conservação do Amazonas, Pará e Rondônia, estados localizados na Amazônia, têm em média baixa efetividade, aponta levantamento realizado por WWF-Brasil, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e secretarias estaduais de meio ambiente. Poucos recursos humanos e financeiros e problemas com elaboração de planos de manejo comprometeriam a eficácia.

No total, o levantamento analisa 156 unidades de conservação estaduais, com uma área de 560 mil km² – equivalente ao estado de Minas Gerais, que tem cerca de 580 mil km². O objetivo foi avaliar se elas estão cumprindo o objetivo de conservar a natureza. Para isso, a pesquisa procurou averiguar se elas têm um planejamento efetivo, recursos suficientes, se estão vulneráveis ou sofrem ameaças.

Segundo o levantamento, a média de efetividade de gestão é de 36% no Pará, 41% no Amazonas e 35% em Rondônia. Dificuldades de contratação e manutenção de funcionários foram apontadas como os fatores que mais contribuem para a vulnerabilidade das áreas de conservação nestes estados.

Funcionários – O Pará tem 380 mil km² de unidades de conservação federais e estaduais, o que corresponde a 30% do estado. Para cuidar dessa área, existem apenas 248 funcionários. Em média, cada um deles é responsável por 1530 mil km² – área que equivale à da cidade de São Paulo.

Já no Amazonas, são 300 mil km² de áreas federais e estaduais, que ocupam 19% do estado. O número de funcionários é de 335, ou um para cada 906 km². Em Rondônia, as unidades de conservação têm 53 mil km², equivalente a 22% do estado. Proporcionalmente, o número de funcionários é maior: 305, um para cada 174 km².

Outros fatores responsáveis pela vulnerabilidade seriam baixa aplicação das leis e fácil acesso para o desenvolvimento de atividades ilegais.

No Pará e no Amazonas, as unidades de conservação têm alta importância biológica e socioeconômica, considera o levantamento. Ou seja, ajudam a conservar espécies cujas populações estão se reduzindo, têm elevada biodiversidade, além do valor científico e de benefícios econômicos para comunidades locais. Já em Rondônia, elas têm importância biológica média e socioeconômica baixa.

Levantamento – A pesquisa usa o chamado “método Rappam” (sigla em inglês para Avaliação Rápida e Priorização da Gestão de Áreas Protegidas) e segue determinação da Convenção sobre a Diversidade Biológica, pela qual os países signatários devem avaliar a efetividade de gestão das suas áreas protegidas.

Segundo Mauro Armelin, coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil, o trabalho de análise da gestão das unidades de conservação é inovador e fundamental para subsidiar políticas públicas que ajudem a melhorar sua efetividade.

A WWF e o ICMBio também fizeram levantamentos nas áreas protegidas em Mato Grosso, São Paulo, Amapá e Acre, além de 292 unidades de conservação federais. No total, foram avaliadas 98% da área de unidades na Amazônia e cerca de 80% no Brasil. Os resultados devem ser divulgados ao longo de 2012. (Fonte: Amanda Rossi/ Globo Natureza)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Vegetação tropical emite menos CO2 do que se pensava, diz estudo



Estudo publicado na revista científica “Nature” mostra um novo mapeamento feito por cientistas sobre a vegetação tropical do planeta e aponta que as regiões que abrangem florestas, savanas e matas com arbustos guardariam 21% a mais de carbono do que se pensava.

Isto significaria uma desaceleração no desmatamento dessas áreas, consideradas sumidouros de carbono (que absorvem naturalmente este gás de efeito estufa da atmosfera e o armazenam no solo – mais florestas em pé, menos CO2 emitido). Para se ter ideia, a Amazônia concentraria 30% de todo carbono do mundo (cerca de 100 bilhões de toneladas).

Com uma combinação que utilizou dados de satélite com informações colhidas em campo, pesquisadores das universidades Boston e de Maryland, ambas dos Estados Unidos, criaram um mapa que reúne informações da África, Ásia e América.

Essas estimativas são necessárias e fundamentais para a compreensão da quantidade de carbono liberado na atmosfera devido às mudanças na cobertura vegetal e uso da terra.

Aquecimento global – O desmatamento de florestas tropicais é considerado uma importante fonte de emissões de gases de efeito estufa, liberando a 1,1 bilhão de toneladas de CO2 ao ano.

O projeto auxilia nações e projetos ambientais a determinar melhores estimativas de emissões de carbono, necessárias para relatórios emitidos à Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), que apoiam a iniciativa Redd+ (Redução de emissões por desmatamento e degradação).

Greg Asner, ecologista da Carnegie Institution for Science, disse em comunicado divulgado nesta segunda-feira (30) que “a resolução do mapa pode ajudar os países a implementar atividades de melhorar a gestão da floresta e auxiliará no combate às alterações climáticas”. (Fonte: Globo Natureza)