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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Áreas de conservação na Amazônia têm baixa efetividade, aponta estudo


As unidades de conservação do Amazonas, Pará e Rondônia, estados localizados na Amazônia, têm em média baixa efetividade, aponta levantamento realizado por WWF-Brasil, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e secretarias estaduais de meio ambiente. Poucos recursos humanos e financeiros e problemas com elaboração de planos de manejo comprometeriam a eficácia.

No total, o levantamento analisa 156 unidades de conservação estaduais, com uma área de 560 mil km² – equivalente ao estado de Minas Gerais, que tem cerca de 580 mil km². O objetivo foi avaliar se elas estão cumprindo o objetivo de conservar a natureza. Para isso, a pesquisa procurou averiguar se elas têm um planejamento efetivo, recursos suficientes, se estão vulneráveis ou sofrem ameaças.

Segundo o levantamento, a média de efetividade de gestão é de 36% no Pará, 41% no Amazonas e 35% em Rondônia. Dificuldades de contratação e manutenção de funcionários foram apontadas como os fatores que mais contribuem para a vulnerabilidade das áreas de conservação nestes estados.

Funcionários – O Pará tem 380 mil km² de unidades de conservação federais e estaduais, o que corresponde a 30% do estado. Para cuidar dessa área, existem apenas 248 funcionários. Em média, cada um deles é responsável por 1530 mil km² – área que equivale à da cidade de São Paulo.

Já no Amazonas, são 300 mil km² de áreas federais e estaduais, que ocupam 19% do estado. O número de funcionários é de 335, ou um para cada 906 km². Em Rondônia, as unidades de conservação têm 53 mil km², equivalente a 22% do estado. Proporcionalmente, o número de funcionários é maior: 305, um para cada 174 km².

Outros fatores responsáveis pela vulnerabilidade seriam baixa aplicação das leis e fácil acesso para o desenvolvimento de atividades ilegais.

No Pará e no Amazonas, as unidades de conservação têm alta importância biológica e socioeconômica, considera o levantamento. Ou seja, ajudam a conservar espécies cujas populações estão se reduzindo, têm elevada biodiversidade, além do valor científico e de benefícios econômicos para comunidades locais. Já em Rondônia, elas têm importância biológica média e socioeconômica baixa.

Levantamento – A pesquisa usa o chamado “método Rappam” (sigla em inglês para Avaliação Rápida e Priorização da Gestão de Áreas Protegidas) e segue determinação da Convenção sobre a Diversidade Biológica, pela qual os países signatários devem avaliar a efetividade de gestão das suas áreas protegidas.

Segundo Mauro Armelin, coordenador do Programa Amazônia do WWF-Brasil, o trabalho de análise da gestão das unidades de conservação é inovador e fundamental para subsidiar políticas públicas que ajudem a melhorar sua efetividade.

A WWF e o ICMBio também fizeram levantamentos nas áreas protegidas em Mato Grosso, São Paulo, Amapá e Acre, além de 292 unidades de conservação federais. No total, foram avaliadas 98% da área de unidades na Amazônia e cerca de 80% no Brasil. Os resultados devem ser divulgados ao longo de 2012. (Fonte: Amanda Rossi/ Globo Natureza)

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