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quinta-feira, 8 de março de 2012

Salvar a biodiversidade custa US$300 bilhões por ano, diz Bráulio Dias


Salvar a biodiversidade será caro: US$ 300 bilhões por ano, nos próximos oito anos, de acordo com o brasileiro Bráulio Dias, secretário da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica. Já o fracasso na preservação da biodiversidade custaria muito mais e poderia ter graves consequências, como doenças, fome, pobreza e baixa capacidade de adaptação às mudanças climáticas.

“A biodiversidade é a base de tudo o que fazemos na agricultura, tudo o que fazemos na saúde”, afirmou. “Assim, o desenvolvimento de novas vacinas e de novas variedades de plantas para a agricultura é baseada na biodiversidade, nos recursos genéticos. Se perdemos biodiversidade, perdemos opções para o desenvolvimento futuro nessas áreas”.

A destruição dos habitats naturais provocada pelo homem, o desenvolvimento econômico desenfreado, a poluição e as mudanças climáticas estão entre as ameaças à vida vegetal e animal. Preservar a diversidade biológica é uma luta difícil conforme aumentam as necessidades da população mundial – de cerca de 7 bilhões de pessoas.

Medidas – A estimativa de US$ 300 bilhões por ano inclui a gestão sustentável da agricultura, florestas, água doce e dos ecossistemas costeiros e marinhos. O valor é cerca de dez vezes maior que os atuais gastos de governos, empresas e ONGs na proteção da biodiversidade.

Segundo Dias, os governos não irão arcar com o custo total. A ONU está incentivando o investimento privado e parcerias público-privadas podem absorver outros custos, disse ele.

Em comparação com os possíveis custos futuros para lidar com a destruição da biodiversidade, a necessidade de gastos com preservação é baixa, pontua Dias. Um estudo internacional apoiado pela ONU estima que não agir custaria entre US$2 e 4,5 trilhões por ano.

Rio+20 – Dias, que trabalhava no Ministério do Meio Ambiente, foi nomeado para o cargo em janeiro. Ele inicia o trabalho com uma certeza: 192 países já chegaram a acordo sobre o que precisa ser feito até 2020 para preservar a biodiversidade.

Seu trabalho é ajudá-los a descobrir como fazê-lo. Ele terá a chance de fazer isso quando os representantes mundiais se reunirem no Rio de Janeiro, em junho, 20 anos depois da Cúpula da Terra – a Rio92 – ter estabelecido pela primeira vez um plano de proteção ambiental global.

Este ano, as reuniões da Rio+20 se concentrarão no desenvolvimento sustentável, um tema escolhido propositadamente para evitar polêmicas sobre mudanças climáticas. (Fonte: G1)

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