Pesquisa realizada pela associação internacional União para BioComércio Ético (UEBT, na sigla em inglês), que ouviu mil brasileiros entre fevereiro e março, diz que menos de um quarto dos entrevistados (24%) sabe o que é a Rio+20 e que 60% já escutou algo a respeito.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, recebe este nome por ocorrer vinte anos depois da Rio 92 (também conhecida como Eco 92), considerada a maior conferência sobre meio ambiente já realizada, que popularizou o conceito de “desenvolvimento sustentável”. A cúpula da ONU ocorre de 13 a 22 de junho, no Rio de Janeiro.
Já os questionamentos fizeram parte do “Barômetro da Biodiversidade”, ferramenta criada para medir o nível de consciência do consumidor e que avalia sua percepção sobre os setores de cosmético e alimentos.
As informações são repassadas posteriormente para empresas desses setores e ajudam na preparação de planos para gestão de insumos extraídos da biodiversidade. Ao menos seis grandes grupos brasileiros utilizam os dados, de acordo com a associação.
Falta de informação – Além do Brasil, o levantamento foi feito ainda na França, Alemanha, Reino Unido, Suíça, Estados Unidos, Peru e Índia, e mostra que para a maioria dos entrevistados a Cúpula da ONU deve passar despercebida.
Nos EUA, por exemplo, apenas 11% dos entrevistados ouviram falar do encontro do Rio de Janeiro, mas somente 2% souberam explicar seu motivo. Na Alemanha, França, Peru, Índia, Suíça e Reino Unido, entre 1% e 6% souberam definir o objetivo da conferência sobre desenvolvimento sustentável.
Para Cristiane de Morais, representante da UEBT no Brasil, apesar da falta de interesse sobre o encontro, a pesquisa mostra que as pessoas estão mais informadas sobre o consumo sustentável, um dos principais debates entre países.
Segundo o barômetro, 76% dos 8 mil entrevistados já ouviram falar sobre o tema e 80% dos consumidores afirmam que já deixaram de comprar uma marca se ela não respeitasse o meio ambiente e as práticas éticas de abastecimento.
“[Com o estudo] vemos que há um público interessado na questão da economia sustentável, sobre como as empresas agregam este tema nos seus negócios. Mas considero o mais importante é que os entrevistados se preocupam com a forma que os governos enxergam a sustentabilidade”, explica Cristiane.
De acordo com a UEBT, 75% das pessoas entrevistadas em 2012 conferem ao setor privado um papel importante no desenvolvimento sustentável, o que destaca a necessidade de um maior engajamento deste setor nas ações da Rio+20. (Fonte: Eduardo Carvalho/ Globo Natureza)
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