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sexta-feira, 1 de junho de 2012

‘Economia verde’ pode gerar até 60 milhões de novos empregos, diz OIT


A transição para uma economia mais verde poderia gerar entre 15 e 60 milhões de novos empregos em nível mundial nas próximas duas décadas e tirar dezenas de milhões de trabalhadores da pobreza, segundo um relatório produzido pela Iniciativa Empregos Verdes – uma parceria entre o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização Internacional de Empregadores (OIE) e a Confederação Sindical Internacional (CSI).

O relatório, divulgado nesta quarta-feira (30), diz que pelo menos metade da força de trabalho mundial – o equivalente a 1,5 bilhão de pessoas – será afetada pela transição para uma economia verde e alguns setores devem ser os mais afetados: agricultura, silvicultura, pesca, energia, indústria manufatureira, reciclagem, construção e transporte.

Os empregos decorrentes da “ecologização” da economia já vêm sendo criados, segundo o estudo. No Brasil, teriam sido criados cerca de três milhões, respondendo por cerca de 7% do emprego formal. O estudo cita como exemplo a formalização e organização de entre 15 e 20 milhões de catadores informais na Colômbia, no Brasil e em outros países.

Um dos destaques em potencial de empregabilidade, diz o relatório, é o setor de energia renovável, que já emprega cerca de 5 milhões de trabalhadores, mais do que o dobro do número de empregos entre 2006 e 2010. Outra fonte de “empregos verdes” é a área de eficiência energética, particularmente na indústria da construção, o setor mais afetado pela crise econômica. Nos Estados Unidos, três milhões de pessoas têm empregos relacionados com produtos e serviços ambientais. Na Espanha, existem atualmente mais de meio milhão de empregos neste setor.

“A próxima Conferência Rio +20 das Nações Unidas será um momento decisivo para garantir que o trabalho decente e a inclusão social sejam partes integrantes de qualquer estratégia de desenvolvimento futuro”, disse o diretor geral da OIT Juan Somavia.

Florestas e recursos naturais – Apenas na União Européia, existem 14,6 milhões de empregos diretos e indiretos na proteção da biodiversidade e recuperação dos recursos naturais e florestas. Segundo o estudo, investimentos internacionais de US$ 30 bilhões por ano em redução de desmatamento e degradação das florestas poderiam sustentar até 8 milhões de empregos adicionais em tempo integral nos países em desenvolvimento.

O estudo afirma que é possível obter ganhos líquidos na taxa de emprego entre 0,5% e 2% do emprego total. Nas economias emergentes e países em desenvolvimento, os ganhos tendem a ser mais elevados do que nos países industrializados, porque os primeiros podem passar diretamente para a tecnologia verde em vez de substituir a infraestrutura obsoleta.

O relatório – publicado quase quatro anos após o primeiro estudo da Iniciativa Empregos Verdes – analisa o impacto que a “ecologização” da economia pode ter sobre o emprego, a renda e desenvolvimento sustentável em geral.a ‘economia verde’ pode “incluir milhões de pessoas, ajudando-as a superar a pobreza e proporcionando melhores condições de vida para esta e futuras gerações”.

Políticas adequadas – O relatório diz que é preciso desenvolver políticas adequadas para produzir os empregos indicados. As frentes são variadas: promover e implementar processos de produção sustentáveis ao nível das empresas, especialmente entre as pequeno e médias empresas; extender a proteção social com programas de suplementação de renda e medidas de capacitação profissional; respeitar e ter como base as normas internacionais do trabalho e dos direitos dos trabalhadores. (Fonte: G1)

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