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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Projeto da Câmara prorroga fim dos lixões para 2024 e prevê apoio técnico e financeiro da União





A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei Complementar (PLP) 14/15, que amplia prazos e obriga a União a oferecer apoio técnico e financeiro a estados e municípios na elaboração e execução dos respectivos planos de saneamento básico e de resíduos sólidos. Pelo texto, os estados ficam obrigados a também oferecer o mesmo tipo de apoio a municípios, incluindo os agrupados em consórcios.

Autor da proposta, o deputado Odelmo Leão (PP-MG) afirma que o objetivo é assegurar o cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/10) e dos prazos nela previstos.

Pelo texto, os municípios passarão a ter até 2 de agosto de 2024 para assegurarem o fim dos lixões, com a disposição final ambientalmente adequada da totalidade dos seus rejeitos sólidos.

“O prazo [inicial] de quatro anos para eliminação dos lixões venceu em 2014, sem que a maior parte dos municípios brasileiros pudesse atender às determinações legais”, afirmou o autor, acrescentando que muitos municípios não têm nem estrutura técnica nem recursos financeiros para obedecer à legislação.

O projeto amplia ainda, até 2 de agosto de 2020, o prazo para os municípios elaborarem o plano de gestão integrada de resíduos sólidos. O prazo Inicialmente previsto na Lei de Resíduos Sólidos terminou em 2012.

“Hoje, o governo federal não pode aplicar recursos destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos em estados e municípios que não elaboraram esses planos”, destaca o autor.

Saneamento básico

Odelmo Leão lembra ainda que o mesmo ocorre no caso do saneamento básico. “O decreto 7.217/10, que regulamentou a Lei de Saneamento Básico [Lei 11.445/07] estabeleceu que a partir de 2014 a existência do plano de saneamento passaria a ser condição para acessar recursos orçamentários da União”, destacou o deputado.

Cooperação

Além da Política de Resíduos Sólidos e da Lei de Saneamento Básico, o projeto também altera a Lei Complementar 140/11, que trata de cooperação entre União, estados, Distrito Federal e municípios em matéria ambiental. De acordo com o texto, deverão ser priorizados os entes federados com maiores carências técnicas ou financeiras e aqueles que adotarem consórcios públicos e outras soluções de integração de ações.

Sanção

Pela proposta, caso descumpra os prazos, o prefeito será autuado por improbidade administrativa, sendo a autuação estendida subsidiariamente aos agendes públicos estadual e federal.

Tramitação

O projeto será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Urbano; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois segue para votação do Plenário.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA: PLP-14/2015

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Marcia Becker

Da Agência Câmara Notícias, in EcoDebate, 23/02/2016

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

MG desperdiça um terço de sua água


Segundo estudo, 33,7% do volume que sai das estações de tratamento não chega nas casas

DÉBORA COSTA ESPECIAL PARA O TEMPO

Se a crise hídrica foi séria no ano passado em Minas Gerais, parte dela pode ser explicada por um desperdício invisível em 2014. Naquele ano, o Estado perdeu mais de um terço de sua água entre a saída dela das estações de tratamento até a chegada nas torneiras das casas. Segundo dados apresentados na 20ª edição do Diagnóstico dos Serviços de Águas e Esgotos da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, Minas foi o Estado da região Sudeste com o maior percentual de perda de distribuição, com 33,7%. A média da região foi de 32,6%.

O número mineiro é inferior ao do país, que atingiu um índice de 36,7%. De acordo com o professor da faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e idealizador do projeto Manuelzão, Apolo Heringer, a perda de água pode ser explicada por problemas na infraestrutura na rede de distribuição. “É a falta de manutenção do sistema, problemas de tubulações. Um cano estoura no subterrâneo, e a prestadora só vai descobrir após um mês. Tem também o problema dos gatos”, destaca.

Redução. Se foi o que mais perdeu, Minas também foi o Estado da região Sudeste com menor consumo de água per capita. Os mineiros consumiram 154,1 litros por dia em 2014, enquanto a média da região foi de 187,9 litros.