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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Tragédia de Mariana: maior desastre ambiental da história completa um ano


Após tanto tempo, ainda é difícil encontrar vida onde o Rio Doce se forma - dos 17 pontos analisados, 14 têm a água imprópria para consumo.



Walmir Salaro - Belo Horizonte, MG - Globo.com


Há um ano, o Brasil era surpreendido com o maior desastre ambiental da história. Tudo aconteceu, em Mariana, Minas Gerais. Até agora, pouca coisa foi recuperada e é difícil encontrar vida onde o Rio Doce se forma. Em 14 dos 17 pontos analisados, a qualidade da água foi considerada imprópria para consumo.

Nossos repórteres tiveram acesso aos laudos da perícia encomendados pela polícia Federal e embarcaram na expedição que radiografou os estragos provocados pelo rompimento da Barragem de Fundão.

A equipe de reportagem do Hora 1 acompanhou a expedição da Organização S.O.S Mata Atlântica, para analisar a qualidade da água um ano após o desastre. O final do rio Gualacho do Norte, que passa pelo distrito de Bento Rodrigues, onde fica a Barragem de Fundão, foi um dos primeiros pontos de medição. "Hoje, o índice de oxigênio aqui foi zero", diz Malu Ribeiro, coordenadora do Programa Água da ONG SOS Mata Atlântica.

Outro indicador importante é o índice do turbidez, que mede a transparência da água. Quanto mais partículas sólidas, maior a turbidez. A legislação ambiental permite um índice de até 100 unt. Acima disso, a água está imprópria para todo tipo de uso.

"Ele está com uma turbidez dez vezes acima do permitido, embora menor do que nós tínhamos no ano passado", diz Malu. Um mês depois da tragédia, em dezembro de 2015, quando a SOS Mata Atlântica fez a medição no mesmo ponto, a turbidez estava 50 vezes acima do limite.

No ano passado, dos 16 pontos visitados ao longo da bacia do Rio Doce, 14 foram considerados imprópios para o uso direto, sem tratamento. Esse ano, as medições ocorreram entre 20 e 28 de outubro e 17 pontos passaram pela análise. Ao todo, a água de 14 deles ainda não pode ser usada. Os resultados seguem uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente
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