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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Artigo da Nature mostra que a floresta amazônica desempenha importante papel para o mundo





O impacto de distúrbios naturais na floresta amazônica sobre o balanço de carbono é o tema de um artigo publicado no último dia 18 na revista Nature, que tem como coautor o pesquisador Raimundo Cosme de Oliveira Junior, da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA). O artigo mostra que mesmo com os distúrbios que ocasionam a perda de árvores (biomassa), a floresta ainda é a grande responsável pelo sequestro de carbono, ou seja, por capturar da atmosfera gases que ocasionam o efeito estufa, confirmando assim o papel de destaque da região no cenário das mudanças climáticas globais.

Os distúrbios naturais são em sua maioria derrubadas de árvores por ventos e chuvas e representam 2% de perda da floresta. No estudo, o grupo de pesquisadores avaliou distúrbios de diferentes escalas e frequências na floresta e sua interferência na perda de biomassa e carbono, e chegou à conclusão de que a floresta amazônica pode ser um grande sumidouro de carbono terrestre. “Existe uma divergência no meio científico sobre se a floresta é sumidouro ou emissora de CO2, com o trabalho queremos provar que é um sumidouro”, esclarece o pesquisador Raimundo Cosme. Um sumidouro é um processo, atividade ou mecanismo que retira os gases de efeito estufa da atmosfera, ao contrário de uma fonte que emite os gases. Portanto, realiza o sequestro de carbono, atividade importante no processo de contenção das mudanças climáticas.

Ao analisar as diferentes intensidades dos distúrbios e seus efeitos, o trabalho mostrou que os distúrbios de pequena escala são os que ocasionam mais perda de biomassa (88%), e por isso impactam mais no balanço de carbono. Já as perdas de média e grande intensidade têm menor impacto sobre a floresta. “Isso porque os distúrbios em pequenas áreas ocorrem mais vezes do que nas grandes áreas, ocasionado uma perda maior quando somadas”, explica o pesquisador.

O artigo é assinado por pesquisadores da Nasa (EUA), Instituto de Tecnologia da Califórnia (EUA), Universidade de Leeds (Reino Unido), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa (Brasil), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa (Brasil), Universidade de New Hampshire (EUA), Instituto Nacional de Pesquisas Especiais – Inpe (Brasil), Jardim Botânico de Missouri (EUA), Universidade de Stanford (EUA) e Universidade de Nottingham (Reino Unido).

A Nature é uma das mais conceituadas revistas científicas do mundo, classificada como A1 pela Capes, e também uma das mais antigas: sua primeira edição data de 1869.

Texto de Ana Laura Lima, Embrapa Amazônia Oriental, publicado pelo EcoDebate, 04/04/2014

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