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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

França aprova proibição de pesticidas em jardins públicos e particulares




Uso doméstico de agrotóxicos é perigoso para a saúde, dizem especialistas.


http://www.generations-futures.fr


A partir de 2020, os parques e jardins públicos na França não poderão mais ser tratados com pesticidas e herbicidas. Dois anos depois, em 2022, os milhões de franceses que cultivam um jardim em casa também não poderão mais usar os produtos químicos, de acordo com uma lei aprovada em janeiro pelo Parlamento do país.

A proibição dos agrotóxicos é uma vitória dos ecologistas, que há anos alertam para os perigos para a saúde. Câncer, mal de Parkinson e problemas de reprodução foram constatados em usuários profissionais que manipulam os produtos, de acordo com um estudo comandado pelo respeitado Instituto Nacional de Saúde e Pesquisas Médicas. A pesquisa ainda verificou o aumento dos riscos dos fetos desenvolverem propensão a tumores, leucemia, alergias e deficiências cognitivas.

A organização Générations Futures foi uma das que mais pressionou os parlamentares a aprovarem o texto. Maria Pelletier, presidente da entidade, lembra que a grande maioria dos jardineiros amadores desconhece os perigos do uso doméstico de pesticidas. “Eu diria que quase 98% não têm consciência. Aliás, tudo é feito para manter as pessoas na completa ignorância sobre os riscos. Nas lojas especializadas, os vendedores não são capazes nem de ter uma boa formação, nem de informar os clientes, afinal eles mesmos dispõem de informações completamente equivocadas”, diz Pelletier.

A lei abrange entre 5 a 10% dos produtos destinados a proteger as plantas de parasitas e infecções na França. O restante é utilizado na agricultura. Os pesticidas poderão ser usados nos jardins somente em caso de “urgência sanitária”.

A presidente da organização critica o fato de que o prazo para a aplicação da lei seja tão extenso. Segundo ela, o lobby do setor conseguiu seis a oito anos para se preparar para as mudanças. “Deve-se tomar, hoje, as medidas necessárias para preservar a saúde das populações e do meio ambiente. Essas moléculas se dissipam e vão para a natureza, o ar, o solo e a água, e afetam a fauna, a flora, e é claro, a saúde pública”, observa.

Situação no Brasil

Enquanto isso, o Brasil é um dos maiores consumidores mundiais de agrotóxicos. O professor e pesquisador Wanderlei Pignati, do Instituto de Saúde Coletiva, da Universidade Federal do Mato Grosso, lamenta que embora os riscos dos pesticidas sejam conhecidos, eles sejam encontrados facilmente em qualquer supermercado do país.

“Eles são tóxicos não apenas para os insetos, fungos e as chamadas ervas daninhas, como também são prejudiciais à saúde humana. Mesmo assim, são vendidos nos supermercados como produtos domissanitários”, ressalta. “As crianças e os idosos são os mais atingidos por irritações causadas por estes venenos.”

Opções à química

O médico, especialista na contaminação por agrotóxicos, garante que existem alternativas menos poluentes do que os herbicidas. “Você tem várias alternativas orgânicas, a começar pelo cuidado da própria planta e uma adubação adequada, orgânica. Uma planta sadia não tem doenças”, afirma. “Se tem apenas duas ou três lagartas, você pode retirá-las com as mãos, ou colocar uma armadilha para os insetos. Não é necessário aplicar veneno. Ou então você pode usar outros controles a base de nim, uma planta que afugenta ou até mata o inseto.”

Além do uso generalizado de agrotóxicos, o Brasil também é um dos países que mais produzem alimentos transgênicos no mundo.

Matéria na RFI, reproduzida pelo EcoDebate, 10/02/2014

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Transposição do rio São Francisco, um projeto dos tempos do Império


Por Marcia Dementshuk, em A Pública.


Existem registros de ocorrência de secas no nordeste do país desde o século 17, e desde o século seguinte o poder central português já planejava meios de combatê-la, como registrou o pesquisador Francisco Jácome Sarmento. “A primeira aprovação de verbas para combater consequências de secas deu-se pós-independência (1822), resultante da grande estiagem de 1824-35. (…) Antes registrou-se a gênese das frentes de emergência (no período seco 1721-25), quando navios trouxeram mantimentos para os que aceitassem trabalhar em obras públicas nas novas vilas”, escreveu na obra “Transposição do Rio São Francisco – realidade e obra a construir”.

Uma história que João Ferreira Filho, tenente-coronel da reserva do Exército Brasileiro conhece muito bem. Engenheiro especialista em obras na área hídrica, Ferreira Filho conta que os dois anos de estiagem que o Nordeste enfrentou no tempo do Império – de 1844 a 1845 – motivaram o intendente da comarca do Crato, no Ceará, Marcos Antônio de Macedo, a propor um projeto para trazer água do São Francisco para o seu estado. O canal partiria de Cabrobó, em Pernambuco, para abastecer o rio Jaguaribe, um dos principais do Ceará. Foi o primeiro projeto de transposição das águas do rio São Francisco, elaborado em 1847.

Trinta anos se passaram sem que o imperador Dom Pedro II tomasse conhecimento do ousado plano, até que o Nordeste enfrentou outro período de secas, entre 1877 e 1879. Desistiu de retomá-lo, porém, porque estudos feitos pelo Barão de Capanema demonstraram não haver recursos técnicos para fazer com que as águas transpusessem a Chapada do Araripe, localizada na divisa dos estados do Ceará, Piauí e Pernambuco.

Por isso, a primeira ação de combate a secas acabou sendo a construção do açude do Cedro, em Quixadá, no Ceará, vinte anos depois.

Em 1909, o governo republicano de Afonso Pena criou a Inspetoria de Obras Contra a Seca (embrião do atual Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – Dnocs). A transposição chegou então a ser cogitada pelo seu primeiro presidente, Miguel Arrojado Ribeiro Lisboa mas, em agosto de 1913, ele desistiu de implementá-la novamente por causa da elevação de 160 metros na área da Chapada do Araripe, que interromperia o curso das águas.

Miguel Arrojado defendia que o problema do Nordeste era educação, conforme proferiu em conferência no dia 23 de agosto de 1913, no clube de Engenharia do Rio de Janeiro, conforme consta no arquivo do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e da Biblioteca Nacional: “Chegamos, assim, ao mais grave de todos os problemas: o da educação! Só ela, unicamente ela, permitirá que o povo goze de sã higiene, aprenda e aperfeiçoe a irrigação, promova a indústria compatível com a ambiência, adote a fenação e use o silo, não abandone o gado e melhore-lhe a raça, facilite-lhe a água não contaminada, devolva as culturas nas grandes várzeas irrigadas, abra por si poços, faça pequenos açudes, compreenda, enfim, a importância deste grande esforço que está sendo empregado em prol do seu bem-estar”.
Nos tempos de Epitácio Pessoa

Em viagem à Europa, Epitácio Pessoa, presidente entre 1919 e 1922, encontrou a solução para o problema da elevação da chapada junto ao engenheiro português Fonseca Rodrigues: se houvesse uma queda d’água na jusante de Cabrobó, em Pernambuco, então seria possível gerar a energia hidráulica e mecânica para transpor a Chapada do Araripe.

Quando assumiu a presidência, Epitácio Pessoa inseriu a Transposição da Chapada do Araripe e a implantação de açudes entre suas ações prioritárias. Ele deu ordens para a construção de 205 grandes açudes – a maioria abastecida pelas águas do São Francisco –, 220 poços profundos e cerca de 500 km de ferrovias.

Mais uma vez, porém, essas obras foram interrompidas: uma fiscalização chefiada por Cândido Mariano da Silva Rondon constatou desvios de recursos, o famoso “Relatório Rondon”, de 1922.
A seca, um segredo do governo militar

O tenente-coronel João Ferreira Filho, que acompanha de perto os projetos de combate à seca desde os anos 80, relembra outro projeto de transposição: “Em 1982 eu estava no 1º Grupamento de Engenharia, sediado em João Pessoa (PB), e recebi a missão de acompanhar o projeto do coronel Mário Andreazza para a execução da transposição do São Francisco”. O projeto era abrangente: envolvia os rios São Francisco, Parnaíba e Tocantins, com previsão para ser realizado em 40 anos. Seriam redirecionados, ao final, 330 metros cúbicos por segundo do Rio São Francisco e 300 do Rio Tocantins, a um custo estimado em US$ 3,3 bilhões. “O farto e chuvoso inverno em 1984 e também questões políticas paralisaram a execução do projeto”, lamenta o coronel Ferreira.

Nesse período, a população brasileira acompanhava pela mídia o sofrimento do povo nordestino na seca que durou de 1979 a 1983. O fato de as secas nordestinas serem cíclicas já havia sido preconizado em 1977 pelos pesquisadores Carlos Girardi e Luiz Teixeira, do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos (SP). Mas a informação era mantida em segredo pelo governo militar. Os pesquisadores previram secas com duração de cinco anos a cada 26 anos, e secas de menor intensidade, com duração de três anos, a cada 13 anos. “Como eu estava no ITA (Instituto de Tecnologia da Aeronáutica), naquela época, tive acesso a esta pesquisa. O argumento para o sigilo era o pavor e o descontrole que iria gerar na população”, lembra o coronel Ferreira.
Itamar Franco também tentou

A seca de 1991 a 1993 foi menos intensa, mas foi ampla, atingindo também Fortaleza, no Ceará, e Campina Grande, na Paraíba. Ciro Gomes, então o governador do Ceará, construiu o Canal do Trabalhador em apenas 90 dias para abastecer Fortaleza, trazendo águas do Rio Jaguaribe. Na Paraíba, o governador na época, Cícero Lucena, pleiteou sem sucesso recursos federais para construir a adutora de Moxotó para abastecer Campina Grande com águas do Rio São Francisco.

Em âmbito nacional, o ministro da Administração e da Integração Regional do governo Itamar Franco, Aluízio Alves, apresentou um projeto semelhante ao de Mario Andreazza, mas prevendo a retirada de apenas 150 metros cúbicos do Rio São Francisco, a ser realizado em 180 dias em caráter emergencial. A seca terminou em 1994 e o projeto não chegou a sair do papel.
Fernando Henrique Cardoso

De acordo com o coronel Ferreira, a seca de 1997 a 1999 foi ainda mais abrangente. Desta vez, entraram em colapso os sistemas de abastecimento de água de Fortaleza, do Recife, Caruaru (PE), Campina Grande (PB) e de João Pessoa. “O Recife era abastecido por água que vinha de navio, da Bahia. Na Paraíba o transporte de água até o município de Soledade era feito de trem e chegava ao preço de um grama de ouro o metro cúbico”, conta.

Assim, mais uma vez, a ideia da transposição de águas do Rio São Francisco voltou à pauta. O governo do presidente Fernando Henrique Cardoso determinou a elaboração de um projeto de transposição inicialmente com um eixo, de Cabrobó ao Ceará. O então governador de Pernambuco, Miguel Arraes, demandou que o governo federal ampliasse o projeto, incluindo o que é hoje o Eixo Leste. Seriam retirados 28 metros cúbicos por segundo pelo Eixo Leste, sendo 10 metros cúbicos para a Paraíba e 18 para Pernambuco. Pelo Eixo Norte, seriam retirados 99 metros cúbicos por segundo, sendo 10 para Pernambuco, 10 para a Paraíba, 37 para o Rio Grande do Norte e 42 para o Ceará. Ou seja: um total de 127 metros cúbicos por segundo de retirada de água, que beneficiaria 188 cidades. O custo estimado era de R$ 2.689.340.791,32.

Contudo, um grupo de empresas, entre elas a Odebrecht e a OAS Engenharia, havia obtido uma outorga pela Agência Nacional de Águas para usar 300 metros cúbicos por segundo para um mega projeto de irrigação, e assim não seria possível captar mais água sem comprometer o funcionamento da Hidrelétrica de Sobradinho. A polêmica durou até o final do governo Fernando Henrique. A solução foi reduzir a vazão de água na captação do Projeto de Integração do Rio Francisco.
A vez de Lula

Luís Inácio Lula da Silva, chegando à presidência, deparou com problemas em licitações, liberações ambientais e protestos populares contra a execução da obra, como a do bispo baiano Luiz Flávio Cappio, que impetrou uma greve de fome de 10 dias em protesto apoiado por ambientalistas de todo o país. Em agosto de 2007, foram iniciadas as obras dos canais de aproximação no Reservatório de Itaparica (Eixo Leste) e em Cabrobó (Eixo Norte) – veja o mapa.

É o mesmo local de onde, um século e meio antes, o governo imperial pretendia captar água.

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EcoDebate, 07/02/2014

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Século tem 13 dos 14 anos mais quentes registrados; recorde é 2010 e 2005


O ano de 2013 foi o sexto mais quente na Terra desde 1850, igualado com 2007, segundo as estatísticas da Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência das Nações Unidas.

A temperatura média na superfície de terras e oceanos superou em 0,50°C a média calculada no período 1961-1990 e em 0,03°C a média da última década (2001-2010), segundo a OMM.

“A temperatura mundial para 2013 é congruente com a tendência de aquecimento a longo prazo”, disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarrad.

“O ritmo do aquecimento não é uniforme, mas é indiscutível que se trata de uma tendência predominante. Dado o volume sem precedentes de gases do efeito estufa na atmosfera, as próximas gerações viverão em um mundo no qual as temperaturas mundiais continuarão aumentando”, completou o meteorologista

“Nossa ação – ou inação – para reduzir as emissões de dióxido de carbono e outros gases que retêm o calor determinará o estado em que nossos filhos, netos ou bisnetos encontrarão o planeta”, advertiu Jarraud.

A temperatura da superfície é uma das variáveis meteorológicas e climáticas mais conhecidas e medidas sistematicamente. É a que tem relação mais direta com a mudança climática a longo prazo.

No entanto é apenas uma parte de um fenômeno mais amplo. Mais de 90% do excesso de calor causado pelas atividades humanas está sendo absorvido pelos oceanos, explica a OMM.

O século 21 tem 13 dos 14 anos mais quentes registrados. O recorde pertence a 2010 e 2005 (+0,55 C), seguidos por 1998, marcados pelo fenômeno de aquecimento El Niño.

Os fenômenos de aquecimento El Niño e de resfriamento La Niña são fatores determinantes da variabilidade natural do clima. O ano de 2013 foi um dos quatro mais quentes sem a produção de algum destes dois fenômenos.

Desde 1850 são realizadas observações meteorológicas de forma sistemática.

Temperaturas em terra e oceanos No que diz respeito às superfícies terrestres, a temperatura mundial de 2013 foi superior em quase 0,85°C à média de 1961-1990 e em aproximadamente 0,06°C à média de 2001-2010, segundo o comunicado do organismo.

Esta é a quarta maior temperatura já registrada, motivada em parte por um período muito quente de novembro a dezembro.

Nos oceanos, em 2013 foi observado um calor excepcional na Grande Baía Australiana e suas águas adjacentes, assim como em partes do nordeste e no centro-sul do Oceano Pacífico e em grande parte do Oceano Ártico.

A temperatura na superfície dos oceanos mundiais foi a maior desde 2010. Junto com 2004 e 2006 foi o sexto ano mais quente dos registros, 0,35°C acima da média de 1961-1990 e sendo igual à média mais recente de 2001-2010, segundo a OMM.

A OMM, com 191 países membros, explica no comunicado que divulgou os dados sobre as temperaturas para antecipar a versão completa da declaração sobre o estado do clima de 2013, que será divulgado em março.

Na declaração serão especificadas de forma mais detalhada as temperaturas, as precipitações, as inundações, as secas, os ciclones tropicais, a camada de gelo e o nível do mar em escala regional.

Em seu último relatório sobre o planeta, o Painel Intergovernamental sobre as Mudanças Climáticas (IPCC) afirmaram em setembro que a Terra registrou aquecimento de 0,8 grau centígrado desde o período pré-industrial.

Com as emissões. a temperatura do planeta subirá mais, entre 0,3 e 4,8 graus no século 21, e o nível do mar aumentará significativamente, entre 28 e 82 centímetros até 2100, segundo o IPCC.

O objetivo dos 195 países que negociam a redução dos gases com efeito estufa é limitar este aquecimento a dois graus na comparação com a época pré-industrial, para evitar graves consequências no planeta. (Fonte: UOL)

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Influência humana no aquecimento global é evidente, alerta novo relatório do IPCC


Aumento das concentrações de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso na atmosfera foram substancialmente registrados desde o início da era industrial e persistirão por séculos.

Foto: UN Chronicle

As atividades industriais do ser humano têm sido a causa dominante das mudanças climáticas globais desde meados do século 20 e as concentrações atmosféricas de gases de efeito estufa, que apresentam níveis nunca antes vistos em pelo menos 800 mil anos, vão persistir por muitos séculos. É o que afirma a versão final do relatório apoiado pela ONU sobre mudanças climáticas lançado na última quinta-feira (30).

O documento, que explica as ameaças do aquecimento global, como o derretimento da cobertura de gelo da Groenlândia e da Antártida, a elevação dos níveis dos oceanos, aumento de ciclones e ondas de calor, é um resumo das conclusões do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

“Limitar as alterações climáticas vai exigir reduções substanciais de emissões de gases de efeito estufa”, ressalta a publicação, acrescentando que mesmo que as emissões de dióxido de carbono (CO2) parem, as consequências das alterações climáticas vão persistir por muitos séculos.

“A influência humana foi detectada no aquecimento da atmosfera e do oceano, em mudanças no ciclo global da água, em reduções de neve e gelo, no aumento global do nível do mar e em mudanças em alguns eventos climáticos extremos”, diz o relatório.

O documento ressalta que é muito provável que mais da metade do aumento observado na temperatura média da superfície global de 1951 a 2010 foi causado pelo aumento de gases de efeito estufa emitido por atividades humanas. Algumas das principais emissões de CO2, metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) foram feitas desde o início da era industrial, há 250 anos.

Ele observa que cada uma das últimas três décadas tem sido sucessivamente mais quente na superfície da Terra do que qualquer década anterior desde 1850 e mudanças climáticas extremas têm sido notadas desde cerca de 1950, com frequentes ondas de calor na Europa, Ásia e Austrália e aumento ou diminuição de chuvas em alguns lugares da América do Norte e da Europa.

Nas regiões frias, o relatório afirma que a média anual do gelo do mar Ártico diminuiu ao longo do período de 1979 a 2012 a aproximadamente 3,5% a 4,1% por década. A temperatura do subsolo congelado também aumentou desde o século 20.

Em partes do norte do Alasca, a temperatura subiu 3ºC e no norte da Rússia até 2ºC. Quanto ao nível do mar, o aumento registrado de 1901 a 2010 de 0,19 metros foi maior do que o aumento registrado nos últimos dois milênios.

Na maioria dos cenários estudados pelo IPCC, as mudança de temperatura da superfície global para o final do século 21 devem ultrapassar os 1,5°C em relação a 1850-1900, porém, podendo chegar a 2ºC.

O relatório ainda prevê que, até o final do século, a cobertura de gelo nos polos e no hemisfério norte vai continuar diminuindo e os níveis do mar e a temperatura aumentando. Acesse o documento em www.climatechange2013.org

Informe da ONU Brasil, publicado pelo EcoDebate, 04/02/2014